Sempre atuante ao lado de Eduardo, Renata Campos pode contribuir para as decisões partidárias
Ex-primeira-dama Renata Campos, discreta, sempre atuou nas articulações políticas ao lado de Eduardo
Familiares, amigos e aliados políticos são unânimes em dizer que Renata Campos, viúva do ex-governador Eduardo Campos, está bastante sofrida, mas serena. A forma como a ex-primeira-dama enfrenta a dor da morte precoce do marido revela força e o estilo discreto, um traço marcante de sua personalidade. Em casa, ao lado dos filhos, tem recebido as pessoas desde o momento em que a notícia da morte de Eduardo foi confirmada, na manhã da última quarta-feira. Para tentar protegê-la, auxiliares mais próximos pensaram restringir um pouco a entrada, mas ela não permitiu. “Se as pessoas estão vindo é porque gostam dele (Eduardo), então deixem entrar”, disse. Ela completa 47 anos na próxima segunda-feira.
A
discrição de Renata é perceptível. De perfil reservado, não gosta de falar
muito, principalmente com a imprensa. Esse papel cabia ao marido, mas ela
estava sempre por perto. No governo, construiu um caminho diferente para
exercer o papel de primeira-dama fora dos padrões tradicionais. Não ocupou
cargos, mas exerceu a função de forma ampla. Era presença constante nas
reuniões, nos eventos oficiais e nas viagens do ex-governador. Entre ações de
governo comandou o Programa Mãe Coruja, de atendimento a gestantes e a
Fenearte.
“Não me
vejo como primeira-dama, mas como a militante política que sempre fui, desde a
adolescência. Até porque, não acho que tenha que haver um padrão de
primeira-dama. Depende da personalidade e história de vida da pessoa. Eu mesma
não me vejo enquadrada a nenhum tipo de padrão”, afirmou Renata, em uma
entrevista concedida ao Diario, em 2011. Ela é economista e concursada do
Tribunal de Contas do Estado.
Isso, no
entanto, não quer dizer que ela ficava de fora das decisões políticas e
administrativas. Ao contrário, Renata era uma das pessoas mais ouvidas por
Eduardo. Quando requisitada pelo marido ou por outra pessoa da equipe,
aconselhava, orientava, opinava. O papel de conselheira política, na visão de
alguns aliados, continuou exercendo na campanha para Presidência da República.
Por isso, acredita-se que ela poderá contribuir nas decisões partidárias,
apesar de estar abalada pela perda. O nome de Renata chegou a ser cogitado como
provável candidata a deputada federal neste ano, para herdar o espólio de Ana
Arraes, ministra do TCU e ex-parlamentar. Possibilidade que foi descartada.
Mãe de
cinco filhos Eduarda (22), João (20), Pedro (18), José (9) e Miguel, (de apenas
sete meses), Renata não titubeou quando precisou mudar para São Paulo, onde
Eduardo manteve o quartel-general da campanha. Estava diante de mais um desafio
do marido, com quem viveu por mais de 30 anos. Mesmo com tantos compromissos
(políticos e administrativos), nunca deixou que a agenda atribulada de Eduardo
atrapalhasse o convívio dele com a família. Mantinha os filhos sempre por
perto.
Fonte: Diario de
Pernambuco
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