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Marília, discurso vazio que nega a ciência


Recebi com preocupação os comentários da pré-candidata ao governo do estado de Pernambuco, Marília Arraes, que tece críticas vazias direcionadas à educação pernambucana, em recente entrevista. Sua postura  fortalece, em seu discurso, o perigoso descrédito na ciência e na Academia. 

Ao tentar desconstruir a política pública de Educação Integral, que é referência nacional e internacional, a pré-candidata pelo Solidariedade corrobora o discurso vazio de negacionismo típico de Bolsonaristas.

Como pesquisador e orientador de dissertações e teses no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Pernambuco venho a público, a princípio, defender o respeito às análises científicas que embasam o avanço da educação em nosso estado.

Numa época de normalização de fakenews, de terraplanismo e negacionismo à Ciência, toda a comunidade acadêmica deve rechaçar posturas retrógradas que tentam fortalecer retrocessos no Brasil.

É necessário e urgente que a pré-candidata do Solidariedade se aproprie mais de métodos científicos para que a política por ela pregada não seja meramente eleitoreira. Um bom caminho a iniciar, seguramente, é pela obra do filósofo e pedagogo Paulo Freire, para que as suas citações freireanas não fiquem restritas às frases de efeitos em comícios de campanha. 

O Programa de Educação Integral foi um divisor de águas no estado de Pernambuco. A implementação da metodologia da Educação Interdimensional olha para os estudantes em sua complexidade humana. Um programa que está baseado no cuidado integral das juventudes, no fortalecimento dos profissionais da educação e na estruturação das unidades escolares.

Bem sabemos que muito precisa ser feito em vários setores para a melhoria das condições de vida da população pernambucana. No entanto, pouco deve conhecer a pré-candidata Marília Arraes sobre educação profissional, que nos últimos anos foi reacendida em Pernambuco, com a expansão das Escolas Técnicas Estaduais . Os cursos técnicos implementados visaram e visam atender ao potencial econômico de cada região, guiado por estudos de arranjos produtivos locais.

As críticas de Marília a um sistema educacional que é referência no Brasil são vazias e apenas atestam o seu despreparo para conduzir as políticas públicas, baseada em evidências científicas, que o nosso povo tanto precisa. 

Edilson Fernandes de Souza
Professor Titular da UFPE

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