Despedida a Roberto Bolaños reúne 40 mil no Estádio Azteca
Do G1.
O corpo de
Roberto Bolaños, criador de personagens emblemáticos, como Chaves e Chapolim
deixou por volta das 16h15 (local, 20h15 de Brasília) deste domingio (30/11) o
estádio Azteca, rumo a sede da Televisa, na Cidade do México. A família não
divulgou qual o destino do corpo de Bolaños.
Muitos
fantasiados como as famosas personagens criadas por Roberto Gómez Bolaños, o
Chaves', uma multidão de mexicanos aguardou por horas em uma longa fila para
poder participar das homenagens que o comediante falecido recebeu este domingo
no Estádio Azteca.
"Era
como um irmão, como um tio, como um pai. Por isso viemos aqui para nos despedir
dele", declarou Esteban Chávez, um dos muitos fãs de Bolaños que não
escondia sua tristeza.
O caixão
com os restos de Bolanos foi levado para o estádio, que pertence à rede
Televisa, para onde o comediante trabalhou boa parte de sua carreira.
No estádio
do América, o time de coração de Bolaños, foi colocada uma grande cruz de
madeira entre duas enormes fotos do comediante.
A
cerimônia religiosa foi transmitida ao vivo pela tv mexicana, assim como para
outros países onde o programa criado por Bolaños conquistou legiões de fãs.
Pombas
brancas foram soltas e o caixão deu uma última volta pelo estádio, ao fim da
cerimônia religiosa realizada na presença de familiares, amigos, políticos e
artistas.
O corpo de
Bolaños foi velado no sábado nos estúdios da Televisa, e estiveram presentes,
além de sua segunda esposa, a atriz Florinda Meza - a dona Florinda - e seus
seis filhos, atores como Edgar Vivar (Seu Barriga) e Carlos Villagrán (Quico),
que, apesar de ter mantido uma delicada disputa judicial com o comediante
falecido, não deixou de reconhecer sua genialidade.
"Se
foi um gênio, um mestre (...) Devo a ele tudo que sei e serei eternamente
agradecido", declarou Villagrán (Quico) que, junto com María Antonieta de
las Nievas (Chiquinha) disputaram com Bolaños os direitos autorais de suas
personagens.
No sábado,
Bolaños também recebeu um minuto de aplausos no Estádio Azteca por parte dos
torcedores que foram ver a partida entre o América e o Pumas.
No trajeto
do caixão entre sua residência em Cancún e a Televisa, também foi ovacionado
pelas pessoas nas ruas. O legendário comediante morreu na sexta-feira, aos 85
anos, de causas ainda não divulgadas. Em suas últimas aparições públicas, Bolaños
sempre se deslocava com o auxílio de uma cadeira de rodas.
Ele fez
rir gerações de crianças latino-americanas, com personagens inesquecíveis como
Chapolin Colorado e Chaves, que usava do humor para revelar os profundos
temores que o assombravam desde criança.
Por causa
de sua prolífica escrita, que rendeu roteiros para rádio, televisão, cinema,
teatro e inclusive vários livros, Bolaños foi apelidado por um colega de
'Chespirito', um pseudônimo que aliava a comparação com o talento do dramaturgo
Shakespeare e um diminutivo que refletia a sua baixa estatura.
O
comediante nasceu em 21 de fevereiro de 1929 em uma família de classe média da
Cidade do México. Seu pai, um boêmio amantes das artes, trabalhou como
desenhista e ilustrador para importantes jornais, mas a vida desregrada
provocou sua morte precoce, quando o pequeno Roberto tinha apenas seis anos.
Quando
adolescente, Bolaños sonhava ser jogador de futebol e se destacou em torneios
escolares de boxe, que disputava escondido da mãe. Aos 22 anos, começou a
estudar engenharia mas se aventurou a escrever anúncios em uma agência de
publicidade e logo estreou como roteirista em programas de rádio, televisão e
cinema que ganharam fama.
Mais
tarde, aproveitou a ausência de algum ator nas gravações para fazer graça
diante das câmeras, dando os primeiros passos para o comediante que
interpretaria personagens nascidos em sua própria imaginação.
Aos 40
anos, Bolaños estreou na televisão mexicana com o programa Chespirito que, com
interpretações diversas, ficou no ar por 25 anos ininterruptos em horário nobre
e foi exportado para inúmeros países.
Post a Comment