Gabriel Medina fatura campeonato mundial de surfe no Havaí
O
Brasil tem um novo ídolo esportivo: o surfista Gabriel Medina, que
conquistou nesta sexta-feira (19/12) o título mundial em Pipeline, no Havaí,
diante de adversários experientes e campeões como o norte-americano Kelly
Slater e o australiano Mick Fanning. É a primeira vez na história que o País
garante um troféu na elite deste esporte. Outros brasileiros já brilharam na
modalidade, mas nunca haviam chegado tão longe quanto o garoto de Maresias
(praia de São Sebastião, em São Paulo), que nesta segunda faz 21 anos.
A façanha
ocorreu no Pipe Masters, a última etapa da temporada, disputada no Havaí. Ele
já liderava o ranking mundial com uma boa vantagem sobre seus concorrentes
antes do início da disputa em Pipeline e durante a competição mostrou talento
para garantir o título mundial ao vencer suas baterias e contar com o tropeço
de Mick Fanning na quinta fase da competição – o brasileiro Alejo Muniz
eliminou o australiano. “Significa muito para mim poder ser o primeiro
brasileiro campeão mundial de surfe”, disse Gabriel Medina.
Este é o
quarto ano dele no Circuito Mundial de Surfe – em 2011, quando estreou,
disputou apenas quatro etapas, ganhando duas e chamando a atenção para o seu
talento precoce. Logo em sua primeira etapa na elite, em Hossegor, na França,
ele venceu com um show de aéreos e mostrou que daria muito trabalho para as
feras. Naquele mesmo ano, ainda faturou o Rip Curl Pro Search, em São
Francisco. Terminou a temporada na 12.ª posição, mesmo não tendo participado de
nem metade das etapas.
No ano
seguinte provou que aqueles que apostavam nele estavam certos e terminou na
sétima posição, ficando em segundo lugar em duas etapas e mostrando uma
consistência. Em 2013, prejudicado por lesões, ficou em 14.º lugar, com apenas
dois bons resultados – um segundo lugar e um terceiro. Mas ver de perto o
título do amigo e conselheiro Mick Fanning deu um grande estímulo para que
ele pudesse brilhar na temporada seguinte.
Só que
ainda no Havaí, no final de 2013, o brasileiro se machucou em um treino livre
depois do Pipe Masters. “Quebrei a perna dias depois do campeonato, em um aéreo
bobo. Também não tinha dormido direito na noite anterior, estava me sentindo
meio cansado, e já era meio estresse de competição. Rompi três ligamentos e
minhas férias foram com gesso”, relembrou.
AMADURECIMENTO – A partir daí, iniciou a sua
recuperação e reforçou os treinamentos funcionais com o preparador Allan
Menache. Na primeira etapa do ano, em Gold Coast, na Austrália, venceu e chamou
a atenção por ser o primeiro “goofy” (que surfa com o pé direito na frente)
após dez anos a ganhar lá. Depois venceu em Fiji e no Taiti, nos temidos tubos
de Teahupoo, diante do maior especialista naquele tipo de onda: Kelly Slater.
“As etapas
que eu ganhei este ano mostram meu amadurecimento. Eram ondas com tamanho
grande. Em Snapper Rocks (Austrália) estava competindo com os melhores
regulares, aqueles que surfam para a direita. Depois fui para Fiji, consegui
ganhar a etapa que o Kelly dominava, foi muito legal porque era um local em que
sempre quis vencer. Depois teve Teahupoo, e todos achavam que o vencedor seria
o Kelly ou o John John, mas acabei ficando calmo e obtive a vitória. Essas três
conquistas foram especiais e vou lembrar para sempre”, disse Gabriel Medina.
Os
importantes resultados e o título mundial colocam agora o brasileiro no foco
para 2015. Sua popularidade cresce em proporções gigantescas, ele acumula
patrocínios (já tem 11) e é cada vez mais um ídolo para os brasileiros. Apesar
da fama, garante que não vai mudar. “Apesar dos bons resultados que venho tendo
eu nunca mudei, sou o Gabriel de sempre, com os mesmos amigos de quando era
pequeno. Trato bem meus pais e irmãos, nada mudou. Minha mãe e meu pai
continuam me botando no lugar em casa e sempre fui pés no chão”. (AE)
Fonte: Diário do Poder
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