'Não vamos desistir de Pernambuco', diz Paulo Câmara ao ser empossado
Do G1 PE
O
governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e o vice-governador, Raul
Henry (PMDB), foram empossados oficialmente na tarde desta quinta-feira (1º/1)
em cerimônia realizada na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), região
central do Recife. Durante o discurso da posse, Câmara foi muito aplaudido ao
mencionar o nome de Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo em agosto do ano
passado.
"Eduardo
nos deixou no auge de sua força política. Estava pronto para ser personagem
influente no Brasil por muito tempo, confirmando-se como ponto de convergência
das esperanças dos brasileiros. A ele, nesse momento, a nossa maior
homenagem", disse. Ainda segundo Câmara, 2014 revelou-se o ano mais
intenso da vida dele. "Experimentei, a um só tempo, a contradição extrema
da morte inesperada e a responsabilidade em conduzir a vida de uma esperança
tão bem plantada entre nós", afirmou.
A viúva
Renata Campos e os filhos acompanharam o evento. Então presidente nacional do
PSB e candidato à Presidência da República, Eduardo Campos conduziu
pessoalmente o processo de escolha do seu sucessor. Câmara acabou sendo o
selecionado em detrimento a outros quadros tradicionais do partido, como Danilo
Cabral, Tadeu Alencar e Sileno Guedes -- este último, atual presidente estadual
do PSB.
Paulo
Câmara também foi muito aplaudido ao fazer referência a três nomes importantes
da cultura pernambucana que morreram recentemente: Ariano Suassuna, Abelardo da
Hora e Gilvan Samico. "Por meio do teatro, da literatura, da escultura e
da gravura elevaram o nome de Pernambuco no Brasil e no mundo", resumiu.
Novamente lembrando Eduardo Campos, Câmara fez menção a uma frase conhecida do
ex-governador. “'Não vamos desistir do Brasil' foi a última frase que nos
deixou Eduardo Campos. Não vamos desistir de Pernambuco, é a minha
convocação".
Sobre a
área econômica, o novo governador disse ter consciência dos desafios e defendeu
que as mudanças necessárias vão partir da mobilização dos brasileiros, e não de
um grupo de pessoas ou conjunto de partidos. "Estou disposto a contribuir,
no que me couber, para que o País supere o risco de recessão aliada a volta da
inflação", resumiu.
A
cerimônia de posse, prevista para as 15h, começou pontualmente no horário. Os
chefes do executivo estadual entregaram a declaração pública de bens e, em
seguida, fizeram o juramento. O presidente do poder legislativo estadual,
Guilherme Uchôa, presidiu a solenidade. O termo de posse foi lido pelo
primeiro-secretário da Alepe, deputado João Fernando Coutinho, fez a leitura do
Termo de Posse, assinado por Câmara, Henry e Uchôa.
Após o
discurso, que teve 20 minutos de duração, o novo governador de Pernambuco
seguiu a pé para o Palácio do Campo das Princesas, na Praça da República,
acompanhado da mulher Ana Luíza Câmara e das duas filhas, além do
vice-governador. Antes, Câmara passou em revista a Segunda Guarda-de-Honra,
composta por militares da Polícia Militar de Pernambuco. No Palácio, o atual
governador João Lyra Neto se integrou à solenidade de transmissão de cargo.
Transmissão do cargo
O agora
ex-governador de Pernambuco, João Lyra Neto, transmitiu o cargo para o
governador Paulo Câmara em uma curta cerimônia em frente ao Palácio do Campo
das Princesas, na região central da capital. Na plataforma montada diante da
sede do poder executivo, secretários, ex-governadores e autoridades marcaram
presença. Entre eles: Jarbas Vasconcelos, Mendonça Filho e Joaquim Francisco.
Câmara fez
um discurso de pouco mais de cinco minutos, recordando principalmente Eduardo
Campos, assim como fez na Alepe. "Há exatos oito anos, tive oportunidade
de acompanhar Eduardo Campos na sua transmissão de cargo aqui, nesse mesmo
local, nessa mesma praça", recordou, ressaltando os avanços da gestão
iniciada em 2007.
O novo
governador fez questão de ressaltar ter ciência dos desafios que vai enfrentar,
mas afirmou que "o pernambucano está acostumado a não ter
facilidade". A necessidade de um novo pacto federativo também voltou ao
discurso, com Câmara conclamando a união das esferas estaduais e municipais.
"Vou
governar Pernambuco por inteiro, em cada região, cada distrito, cada município.
Para estarmos juntos buscando na União um novo federalismo, para buscar mais
dinheiro. (...) Isso é uma convocação, conto com cada um de vocês. A partir de
agora, repito o que falei ao longo dos últimos meses. Até 31 de dezembro de
2018, vai ter trabalho, trabalho, vai ter coração acima de tudo", disse.
Perfil do novo Governador
Recifense,
Paulo Câmara tem 42 anos e é formado em Economia pela Universidade Federal de
Pernambuco. Na mesma instituição, tornou-se especialista em Contabilidade e
Controladoria Governamental e mestre em Gestão Pública. Auditor concursado do
Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE), entrou para o governo estadual em 2007,
como secretário de Administração.
Em 2010,
assumiu a secretaria de Turismo e, em janeiro do ano seguinte, a da Fazenda.
Nesta última pasta, ficou até o início de 2014, quando foi indicado pelo
partido para concorrer às eleições. Foi eleito no primeiro turno, com 68,08%
votos válidos -- um total de 3 milhões de votos.
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