Japonês da Federal pode ser preso
Famoso por participar da prisão de
envolvidos na operação "lava jato", que investiga um esquema de
corrupção na Petrobras, o policial federal Newton Hidenori Ishii, que ficou
conhecido como o japonês da Federal, pode acabar sendo preso pelo crime que
andou combatendo nos últimos meses.
Antes de se tornar um dos ícones contra a
corrupção, tendo até mesmo virado máscara de carnaval, ele foi preso em
flagrante junto com outros cinco policiais federais acusado de integrar uma
organização criminosa acusada de contrabandear mercadorias do Paraguai.
O caso, que teve início em 2003, chegou
agora ao Superior Tribunal Justiça, que negou o recurso do japonês da Federal e
de outros dois policiais federais. Além deles, outras 16 policiais foram
acusadas de facilitar a entrada de contrabando no país.
De acordo com o jornal Estado de Minas, a
defesa de Ishii, já recorreu à 5ª Turma do STJ, uma vez que a decisão contra os
clientes foi monocrática, tomada pelo ministro Felix Fischer. O caso está em
segredo de Justiça.
Em 2009, o juiz federal Pedro Carvalho
Aguirre Filho, que coordenava os processos em Foz do Iguaçu, emitiu uma nota
esclarecendo apenas que os agentes federais condenados haviam recebido penas
que variavam entre quatro e oito anos de reclusão e pagamento de 100 a 160
dias-multa.
Ishii responde a três processos oriundos da
operação: na esfera criminal; um administrativo e um por improbidade
administrativa.
O policial chegou a ser preso em flagrante
em 2003 com outros cinco agentes. Ao manter a prisão preventiva, o Tribunal
Regional Federal da 4ª Região considerou que a decisão que determinou a prisão
estava bem fundamentada e que havia provas do envolvimento deles com a
atividade criminosa.
Em sua decisão no TRF-4, o juiz Élcio
Pinheiro de Castro destacou que os acusados, incumbidos justamente de evitar e
reprimir a prática de delitos, "resolveram do cargo tirar proveito,
trazendo graves consequências ao meio social e à credibilidade da Justiça, bem
como à relação de confiança entre os cidadãos e o poder público". Após a
prisão, Ishii se aposentou em outubro de 2003, mas, em abril de 2014, a
aposentadoria foi revogada e ele retornou à atividade.
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