Polícia desmonta esquema de furto de veículos na nova fábrica da Jeep
Do G1 PE
A Polícia Civil prendeu um homem suspeito de
participar de um esquema de furto de veículos do modelo Renegade da fábrica da
Jeep, em Goiana, na Mata Norte do estado. O preso seria receptador. Outras três
pessoas, incluindo um ex-chefe de produção da empresa, estariam envolvidas. Um
deles morreu de causas naturais, segundo a polícia, e os outros dois negaram
participação no crime. O delegado Diogo Acioli, responsável pelo caso, no
entanto, já pediu a prisão preventiva dos dois por terem sido citados pelo
homem detido.
De acordo com a investigação, uma falha na
segurança e no controle de saída de veículos da fábrica da Jeep teria
facilitado o furto de carros do modelo Renegade. Por ter livre acesso às
dependências da fábrica, o ex-chefe de produção, de 25 anos, teria se
aproveitado do cargo de confiança para retirar esses veículos do local e
repassar para os dois intermediários e um receptador, que fariam a venda
ilícita dos carros. A polícia ainda investiga a participação de outros funcionários
no esquema.
Até então não se sabe desde quando a ação
vem acontecendo e nem quantos carros foram furtados. A princípio, a fábrica já
sentiu falta de, pelo menos, dez veículos. Três deles foram localizados pela
polícia estacionados em uma padaria no bairro da Campina do Barreto, Zona Norte
do Recife.
O caso foi descoberto depois que um
despachante compareceu à Delegacia de Roubos e Furtos para saber como faria
para registrar um carro que não havia sido cadastrado na fábrica. O policial
que atendeu desconfiou da história.
"Ele no primeiro momento, negou. Usou o
argumento de que quem repassou era um funcionário da fábrica. Porém era um
veículo que não tinha nenhum cadastro no órgão de trânsito, uma vez que ele
próprio estava tentando fazer esse serviço e não possuía nota fiscal. São
argumentos frágeis, que apontam que ele tem conhecimento que, de fato, se
tratava de um veículo obtido de maneira ilícita", comentou o delegado
Diego Acioli, da Roubos e Furtos.
A polícia conseguiu prender o receptador, de
33 anos, na ultima quarta-feira (09/03). Ele era o responsável por cadastrar e
vender os carros furtados. Ele teria comprado os três carros por R$ 40 mil e
revenderia por, no mínimo, R$ 70 mil. Um dos dois supeitos de ser o
intermediário, de 29 anos, também foi identificado e ouvido pela corporação.
Este último, assim como o ex-funcionário, negou envolvimento com o crime. O
segundo intermediário, de identidade não informada, teria morrido de causas
naturais antes da descoberta do esquema.
O delegado Diogo Acioli ainda pede que
pessoas que adquiriram carros nessas circunstâncias procurem a delegacia. O
indivíduo que tiver o carro e se recusar a comparecer à instituição poderá
responder por receptação.
O receptador detido foi encaminhado para o
Centro de Observação e Triagem Professor Everaldo Luna (Cotel). Ele responde
por receptação, adulteração de veículo e associação criminosa. O ex-chefe de
produção poderá responder por furto qualificado, adulteração de veículo e
associação criminosa. Já o intermediário poderá responder por receptação,
adulteração de veículo e associação criminosa. "Estamos esperando o
Judiciário para conseguir um pedido de prisão preventiva para os dois",
completou o delegado adjunto, Eduardo Aneceto.
Delegado Diogo Acioli
(primeiro à direita) em coletiva sobre roubo na Jeep
(Foto: Thays Estarque/G1) |
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