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Dor de cabeça súbita e intensa pode indicar hemorragia cerebral

Tabagismo e hipertensão estão entre os principais fatores de risco para a ruptura de um aneurisma


DR. Paulo Henrique Fonseca
Foto: Claudio Rodrigues / Dupla Comunicação
   Assunto muito tratado recentemente nos noticiários após vitimar o cantor Almir Rouche, no último dia 23 de julho, a ruptura de um aneurisma cerebral é um problema grave que merece alerta total e cuidado da população no sentido preventivo e de identificação, caso ocorra. É importante destacar que o aneurisma em si tende a ser assintomático, mas o rompimento dele é um pesadelo que começa com uma súbita e insuportável dor de cabeça.

   “O aneurisma é uma dilatação da parede de uma artéria, com sua consequente fragilização. Uma vez que se rompe, extravasa sangue em um espaço entre o crânio e o cérebro, com consequências potencialmente devastadoras”, explica o neurologista Paulo Henrique Fonseca. A maioria dos casos de ruptura se dão em pessoas em torno de 50 anos, tende a afetar mais as mulheres e, em até metade dos casos, os doentes ficam com sequelas neurológicas graves, com importante comprometimento de sua qualidade de vida.

   Almir Rouche é um exemplo bem-sucedido dentre os casos de rompimento de um aneurisma. O artista recebeu alta, após 12 dias de tratamento intensivo, sem nenhuma sequela, de acordo com a sua assessoria de imprensa. O cantor passou por uma embolização, procedimento que consiste no tratamento do aneurisma, sem que seja feita a abertura do crânio.

   “O tratamento dos aneurismas é complexo. A primeira etapa consiste em fechar o aneurisma, através de um cateterismo cerebral (semelhante ao cardíaco) ou mesmo cirurgia aberta. Em seguida, o paciente será submetido a um protocolo de suporte em UTI (pelo risco de potenciais complicações). Posteriormente, e a depender das sequelas, inicia-se uma etapa de reabilitação e acompanhamento”.

   Estima-se que cerca de 2% da população tenha algum tipo de aneurisma, a maioria deles assintomáticos. Só na minoria dos casos há rompimento, havendo parâmetro para se determinar aqueles aneurismas com maior risco de ruptura. “Embora o fator hereditário tenha peso em casos específicos, o aneurisma é uma doença adquirida mediante exposição a alguns fatores de risco, tais como o tabagismo, o consumo de álcool de forma excessiva, hipertensão e idade avançada”, pondera o neurologista.  O médico ressalta ainda que a melhor prevenção é manter a saúde em dia.

   É importante, também, estar atento a dores de cabeça, uma vez que, embora não deva ser encarada como algo normal, é banalizada por muita gente. Entretanto, é preciso levá-la a sério e encarar os sinais que o corpo emite. “É aí onde mora o perigo, pois a interpretação equivocada do sintoma de dor pode ser fatal. O diagnóstico rápido e o socorro imediato são fundamentais para o sucesso no tratamento”, orienta Fonseca.

Fatores de risco:

Tabagismo;
Hipertensão;
Consumo de álcool em excesso;
História familiar positiva para aneurismas.


Claudio Rodrigues (Dupla Comunicação)
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