Censo 2022: recenseadores convocam greve nacional para 1º de setembro
Menos de um mês após irem para as ruas buscar dados sobre todos os brasileiros, os recenseadores contratados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estão convocando uma greve para o próximo dia 1º de setembro. A paralisação é motivada por atraso no pagamento e pela cobrança por melhores condições de trabalho.
Os trabalhadores assinaram contratos temporários para fazer o Censo 2022 e enfrentam, desde o treinamento, problemas com a logística que já levaram o órgão federal a pedir desculpas duas vezes, a última na terça-feira desta semana (23/8).
O IBGE contratou pouco mais de 180 mil recenseadores para visitar cerca de 75 milhões de domicílios nas 5.570 cidades brasileiras. O trabalho na rua começou no último dia 1º de agosto. Essa 1ª etapa deve durar até o início de novembro.
A greve está sendo convocada pela União dos Recenseadores do Brasil, grupo criado para representar a categoria de trabalhadores temporários. Em carta enviada ao presidente do IBGE, Eduardo Rios Neto, a entidade informou que a “falta de regularidade no pagamento está comprometendo e execução do serviço”.
A ideia é parar o trabalho de visita às residências na próxima quinta-feira (1º/9) para pressionar o IBGE a apresentar soluções.
Convocação para a greve dos recenseadores
Os recenseadores reclamam de atraso nos pagamentos de salários e de auxílio-transporte e também de problemas mais locais, como a falta de segurança para trabalhar em alguns bairros das grandes cidades. Pedem ainda o aumento do auxílio para o transporte.
Em mensagem postada em suas redes na terça, o IBGE informa que “reconhece e pede desculpas pela demora na liberação do pagamento do trabalho de coleta dos recenseadores” e garante que “está comprometido em reduzir esses prazos”. O texto não detalha a quantidade de atingidos pelos atrasos.
Na publicação, os gestores da página do IBGE bloquearam o recurso das respostas. Uma reação à enxurrada de críticas e cobranças que vem aparecendo a cada postagem dos perfis sobre o Censo. Veja os comentários nesse print da página do Censo no Instagram, coletado na quarta (24/8):
Outro lado
O Metrópoles enviou questionamento ao IBGE sobre a greve convocada pelos recenseadores e sobre as reivindicações da categoria. A resposta foi o mesmo texto que aparece na postagem no Twitter já citada.
Dois anos de atraso
Os censos populacionais deveriam ser feitos a cada 10 anos, segundo o planejamento estratégico do IBGE, mas o último foi feito em 2010, ou seja, está “vencido”.
O Censo de 2020 foi adiado por causa das restrições impostas pela pandemia de coronavírus e o trabalho também não foi realizado em 2021 porque o governo federal cortou a verba prevista. O recenseamento foi remarcado para este ano após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que obrigou o governo a realizá-lo.
O orçamento previsto para fazer o Censo 2022 é de R$ 2,3 bilhões.
O Censo registra os dados demográficas e socioeconômicas da população brasileira e é fundamental para o planejamento das políticas públicas. É pelos dados do IBGE que o governo sabe do que a população mais precisa.
Fonte: Site Metrópoles
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