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Pernambuco não prevê liberação da 4ª dose da vacina contra a Covid-19 para quem tem entre 18 e 39 anos; veja motivo


O governo de Pernambuco não prevê a liberação da quarta dose da vacina contra a Covid-19 para quem tem entre 18 e 39 anos. Sem anúncio de ampliação da segunda dose de reforço desde o dia 20 de junho, quando houve a autorização para pessoas a partir de 40 anos, o estado informou que segue a recomendação do Ministério da Saúde e que a idade para a aplicação da quarta dose não vai baixar.

Ao g1, a superintendente de Imunizações do estado, Ana Catarina de Melo, informou que existe um risco de quem receber a quarta dose neste momento desenvolver uma intolerância imunológica, que é quando o corpo para de responder ao imunizante. Por isso, neste momento, não é recomendado aplicar a segunda dose de reforço nesse grupo.

"Não vai nem baixar mais. Se a gente faz uma um segundo reforço nessas pessoas que não tem indicativo epidemiológico, corre um grande risco de essas pessoas desenvolverem o que a gente chama de intolerância imunológica. E essa intolerância imunológica faz com que você não responda mais a nenhuma dose da vacina. Então isso não é recomendado", afirmou.

A aposentada Lucia Cruz, de 63 anos, tomou quatro doses da vacina contra a Covid-19 e estava preocupada porque dois dos três filhos não tomaram o segundo reforço. Ela reclamou da falta de informações sobre o assunto.

"Eu tenho dois filhos de 37 e 39 e não sei nada sobre o segundo reforço. Não deram mais notícia. Ficou em 40 anos, acabou e fiquei preocupada. Eu tomei todas, minha mãe tem 93 anos, tomou e não teve nada. E eles não tomaram o segundo reforço, já passou do tempo. Dizem que é para tomar quatro meses depois", afirmou.

A professora Edna Maria Santos Cavalcanti, de 59 anos, tomou o segundo reforço no dia 9 de junho e está preocupada com o filho, que tem 31 anos.

"Ele tomou a primeira dose de reforço, terceira dose da vacina, em 17 de janeiro. Fiquei preocupada, porque ele está louco para tomar e garantir a imunização, mas está demorando muito", disse.

Ana Catarina de Melo disse que não é preciso se preocupar, porque o primeiro reforço protege, "por muito tempo", a população nessa faixa de idade. Ela lembrou, no entanto, que não é possível afirmar neste momento que esse público no futuro não vai precisar de novas doses da vacina contra Covid-19.

"O adulto tem uma melhor resposta a essa vacinação. Então, não teria a necessidade de se fazer uma quarta dose de reforço. Hoje, a gente não tem indicativo epidemiológico de aumento de casos, de aumento de óbitos, inclusive nessa faixa etária nem no gera. Na verdade, a gente está diminuindo, em uma tendência de daqui a pouco sair da pandemia", afirmou.

A atual preocupação do governo, segundo a superintendente, é fazer com quem tem a partir de 40 tome o imunizante. Ela garantiu que não faltam doses.

"A gente está com esse reforço de 40 anos e mais ainda muito baixo. Então, a gente precisa, de fato, vacinar as pessoas que estão com maior risco de complicação e de óbito", disse.

Grupos prioritários

A tendência, segundo Ana Catarina, é que a vacina contra a Covid-19 passe a ser administrada apenas em grupos prioritários. Ela lembrou que para quem é autoimune, por exemplo, o esquema básico é de quatro doses do imunizante contra a Covid.

"Quem tem a imunidade muito baixa precisa de mais uma dose para tentar subir a titulação de anticorpos. O futuro é que a gente tenha uma vacina melhor e a tendência é que a vacinação fique para grupos prioritários. Na verdade, hoje, quem complica e morre pela Covid-19 são pessoas que têm comorbidades, idosos, grávidas, os grupos de maior risco de vulnerabilidade", declarou.

Em outros estados

Apesar da recomendação do segundo reforço apenas para pessoas, há estados em que o imunizante está sendo aplicado em quem tem entre 18 e 39 anos. Um deles é Alagoas, onde a vacina é aplicada em pessoas com 18 anos ou mais.

A mestranda em engenharia ambiental Nathália Nascimento, 30, que é alagoana, mora no Recife há dois anos. Ao chegar a Maceió (AL) para o aniversário da avó, na terça (30), viu que a quarta dose estava sendo aplicada nas pessoas com a idade dele e tomou o imunizante.

"Estava comentando com meus familiares que o Recife ainda não tinha liberado e já estava na data limite. Como fui a Maceió comentei com amigos meus e eles falaram que a prefeitura estava vacinando até turistas. Fui ao shopping e consegui me vacinar", disse.

De acordo com a superintendente de Imunizações do estado, tecnicamente este não seria o indicativo correto. Ela lembrou da possibilidade de quem é jovem desenvolver a intolerância imunológica e, lá na frente, não responder a outra dose da vacina.

"Isso não é uma boa coisa. Não é porque os outros municípios fizeram, outros estados, que a gente vai fazer, quando sabe que a orientação técnica está incorreta. Isso é um risco inclusive para a saúde da população", declarou.

Segundo Ana Catarina, é preciso sempre avaliar o risco epidemiológico. "Hoje, a gente está cada dia mais diminuindo e observando como aquela população responde. Vai que daqui a uns seis meses a gente tem um grande surto de Covid-19 novamente. A gente precisar vacinar a população mais amplamente", disse.

O que diz o Ministério da Saúde

Por nota, o Ministério da Saúde informou que "indica a segunda dose de reforço vacina Covid-19 para pessoas a partir de 40 anos".

Afirmou, ainda, que Câmara Técnica Assessora em Imunizações mantém discussões referentes as alterações e ampliações do esquema vacinal para novos grupos "de acordo com as evidências científicas e o cenário epidemiológico, que são acompanhados diariamente pela pasta".

O ministério afirmou que as doses de vacinas contra a Covid-19 são enviadas de acordo com a solicitação de casa estado levando em conta o público-alvo planejado e a capacidade de armazenamento. "Cabe aos estados o planejamento e gerência da distribuição aos municípios", informou, na nota.

Fonte: G1

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