Por causa de luto, coligação de Raquel Lyra pede adiamento do horário eleitoral; campanha de Marília Arraes diz que vai manter calendário
A coligação Pernambuco quer Mudar, formada pela federação PSDB-Cidadania e pelo PRTB, pediu o adiamento do início do horário eleitoral gratuito na televisão e no rádio, por "questões humanitárias". A solicitação foi feita por causa da morte do marido da candidata a governadora Raquel Lyra (PSDB). A campanha de Marília Arraes (Solidariedade) afirmou que vai manter calendário, iniciando o guia na sexta (7).
Fernando Lucena, de 44 anos, estava em casa quando passou mal. Ele chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu.
Raquel Lyra obteve 20,58% dos votos válidos e disputa o segundo turno das eleições com Marília Arraes (Solidariedade), que ficou com 23,97% dos votos válidos.
Esta é a primeira vez que uma mulher chega ao segundo turno na eleição para o governo. Assim, Pernambuco terá a primeira mulher governadora da história.
A coligação encabeçada por Raquel Lyra entrou nesta quarta (5) com uma representação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A Justiça Eleitoral informou, por meio de nota, que o caso foi distribuído para a desembargadora auxiliar Virgínia Gondim que, determinou que a Coligação Pernambuco na Veia, de Marília Arraes, e o Ministério Público Eleitoral, se manifestem no prazo comum de 24 horas.
O documento protocolado pela campanha afirma que Fernando Lucena morreu de infarto fulminante e que ele e Raquel Lyra eram casados há 18 anos, e começaram a namorar na adolescência. Eles tiveram dois filhos: João, de 12 anos, e Fernando, de 10 anos.
Os advogados da campanha pedem que a propaganda eleitoral gratuita seja retomada na segunda (10), e não na sexta (7), como prevê o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
"Tal período é o mínimo que se pode conceder à candidata, que poderá participar da missa de sétimo dia em memória de seu falecido esposo, além de reunir as forças necessárias para consolar os seus filhos e para vivenciar o seu próprio luto, sem precisar ser submetida às gravações dos programas para rádio e televisão durante período tão delicado de sua vida", diz o requerimento.
O requerimento também afirma que "a candidata não se encontra em condições psicológicas e mentais de retornar ao processo eleitoral" e que "o sentimento é de dor, consternação e extremo luto para Raquel, seus filhos e inúmeros membros da sua campanha, que conta com amigos de longas datas da família e do casal."
Justificando os motivos do pedido, os advogados afirmam que esse adiamento chegou a ser "ventilado" quando o ex-governador de Pernambuco e então candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB) morreu vítima de um acidente de avião, em plena campanha eleitoral.
Na época, o Tribunal Superior Eleitoral se manifestou sobre o pedido e disse que isso poderia ocorrer "na hipótese de eventual consenso de todas as campanhas". O pedido acabou não sendo acatado.
A campanha de Raquel Lyra pediu que a Justiça ouça a campanha de Marília Arraes sobre o pedido, bem como o Ministério Público Eleitoral.
Por meio de nota, a coligação Pernambuco na Veia informou que decidiu iniciar o programa eleitoral na sexta-feira, "conforme determina o calendário estabelecido pela Justiça Eleitoral".
"Marília Arraes se solidariza, mais uma vez, com a candidata Raquel Lyra, e compreende seu momento pessoal de dor. No entanto, acredita na importância de dar prosseguimento ao diálogo com a população de Pernambuco e no apoio à candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, que também estará retomando, nesta sexta-feira, a sua caminhada no segundo turno das eleições.", afirmou.
Em nome do Ministério Público Eleitoral, o procurador regional eleitoral Roberto Moreira disse que o entendimento será de manter o calendário das eleições, por resolução do Tribunal Superior Eleitoral. Entretanto, a decisão será do colegiado do TRE em Pernambuco.
Propaganda
Nesta quarta, o TRE-PE realizou uma audiência pública com representantes de emissoras de rádio e TV e de partidos, coligações e federações que estão concorrendo no segundo turno.
A transmissão do horário eleitoral gratuito vai até 28 de outubro. A propaganda será dividida igualmente entre as duas candidatas, em dois blocos diários de dez minutos.
De acordo com o artigo 62 da Resolução 23.610/2019, a candidata que obteve mais votos no primeiro turno, será a primeira a se apresentar, seguindo a alternância da ordem a cada programa ou inserção. Assim, o programa eleitoral começa com Marília Arraes.
As candidatas vão veicular propaganda das 7h10 às 7h20 e das 12:10 às 12:20 no rádio. Na TV, o horário eleitoral para governadora será de 13h10 às 13h20 e das 20h40 às 20h50.
A propaganda para presidente será veiculada na televisão de segunda à sábado das 13h às 13h10 e das 20h30 às 20h40.No rádio, a propaganda para presidente vai ao ar de 7h às 7h10 e de 12h10.
De segunda a domingo, haverá 25 minutos para cada cargo em disputa para veiculação das inserções de 30 e 60 segundos, ao longo da programação.
Fonte: G1
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