Raquel Lyra vai propor reforma administrativa e 'revisão orçamentária' em 2023; futura governadora se reuniu com deputados estaduais
Governadora eleita de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) anunciou, nesta quarta (16), que fará uma reforma administrativa no estado e uma "revisão orçamentária" para 2023. A futura gestora informou que vai buscar espaço fiscal para cumprir, assim que tomar posse, a promessa de transferir renda para mães de crianças de até 6 anos que estejam em situação de pobreza (veja vídeo acima).
As duas medidas, que ainda precisam passar pelo Legislativo, foram anunciadas após uma reunião com deputados estaduais, em um hotel em Boa Viagem, na zona Sul do Recife. Estavam presentes deputados da atual legislatura e os que vão assumir os mandatos em fevereiro de 2023.
"A gente tem pela frente, ainda este ano, a necessidade de apresentação de projetos de lei. E no início do próximo ano também, para que a gente possa cumprir os compromissos com a população de Pernambuco", afirmou Raquel.
"Nós vamos ter a reforma administrativa para reorganizar o organograma do estado. A gente vai precisar de uma revisão orçamentária depois, para poder adequar os projetos e programas", declarou a futura governadora.
Questionada pela imprensa, a futura governadora não detalhou se a reforma administrativa vai provocar o aumento ou a redução no número de secretarias, preferindo usar a palavra "reorganização".
Raquel também disse que não anunciará os nomes do secretariado enquanto não definir o organograma da nova gestão.
Mapa
Na sala de reuniões onde a equipe de transição se reúne diariamente, em um prédio comercial no bairro de Santo Amaro, na área central da capital pernambucana, papeis com o organograma de todas as secretarias e órgãos foram colados na parede.
Segundo a vice-governadora eleita de Pernambuco, Priscila Krause (Cidadania), que coordena a transição, o objetivo é entender o tamanho de cada secretaria e as competências de cada cargo.
"É uma estrutura que deve, sim, ser mexida, com transparência e com diálogo", afirmou a vice-governadora eleita.
Base aliada
Após a reunião com os deputados estaduais, Raquel prometeu tratar as pautas com o Legislativo com transparência e de "forma republicana". Ela disse, ainda, que todos os partidos terão um "canal aberto de diálogo com o governo".
A formação de uma base aliada na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) é um desafio para a futura governadora. A federação do PSDB e do Cidadania elegeu apenas três integrantes para o Legislativo. Outros 21 nomes aderiram no segundo turno.
Ao todo, a Alepe tem 49 deputados, o que faz com que ela precise de, pelo menos, 25 aliados para ter maioria no Legislativo estadual. Além disso, alguns projetos precisam de maioria qualificada, de até dois terços dos parlamentares (33 dos 49).
"Não queremos saber quem é da cor partidária de quem. Estamos com um novo governo e, em Pernambuco, vamos precisar construir consensos para combater a desigualdade, superar a pobreza e fazer o estado voltar a crescer", indicou a tucana.
Trabalho da transição
A equipe de transição tem nove técnicos, sendo cinco mulheres. Outras dez pessoas têm colaborado, de maneira voluntária, com o processo de solicitar informações ao governo. Segundo Priscila Krause, o grupo ainda deve ser expandido.
"Vamos organizar grupos de trabalho por temas da administração pública para serem discutidos tanto o diagnóstico, a situação de hoje, como o futuro. O desenho que se tomará no novo governo", declarou a vice-governadora eleita.
Até agora, 16 ofícios foram expedidos pela equipe com pedidos de informação à gestão Paulo Câmara (PSB). De acordo com a lei que trata da transição de governo em Pernambuco, as informações solicitadas devem ser entregues em 15 dias e devem estar atualizadas.
"Nós temos uma preocupação grande sobre a situação financeira do estado, como nós vamos encontrar os cofres do estado a partir de janeiro de 2023", explicou Priscila.
Segundo a vice-governadora eleita, a equipe de transição espera que, daqui até o final do ano, o atual governo não tome decisões administrativas que possam comprometer o caixa e prejudicar o planejamento da futura gestão.
Fonte: G1
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