PM aposentado é julgado por tentar matar ex-esposa a tiros enquanto ela trabalhava em salão de beleza
Começou nesta segunda (19) o julgamento do sargento reformado da PM Erivaldo Gomes dos Santos, acusado de atirar na ex-esposa, Renata Sérgio da Silva, em 2018. A vítima trabalhava como manicure num salão de beleza quando foi vítima de tentativa de feminicídio. O crime aconteceu no Parnamirim, na Zona Norte do Recife.
O júri popular se reúne no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Ilha de Joana Bezerra, no Centro do Recife. Sérgio e Renata ficaram juntos por 11 anos e tinham uma filha, mas, segundo a manicure, ele não aceitava o fim do relacionamento, que chegou ao fim seis meses antes do crime.
O criminoso descumpriu a medida protetiva que ela tinha obtido contra ele e, depois disso, tentou matá-la. O crime foi registrado pelas câmeras de segurança do salão em que Renata trabalhava na época.
À TV Globo, Renata contou que, depois do caso, não conseguiu mais arrumar emprego, já que o crime aconteceu dentro do antigo local de trabalho dela. Ela e o acusado têm uma filha juntos e, de acordo com Renata, a garota ficou traumatizada.
"O povo pergunta muito a ela 'tua mãe é aquela que levou os tiros?'. Ele tem que fazer várias terapias e disse que não quer ele perto dela", disse.
Para a advogada de acusação Tatiana da Hora, o crime foi "escancarado", e não há argumento para justificar o que aconteceu. "A gente espera que, no máximo possível, ele seja condenado pelo que ele fez", disse.
Já a defesa do PM aposentado afirma que a tentativa de feminicídio existiu, mas não na forma que é classificada pelo Ministério Público. Os advogados buscam reclassificar o crime para lesão corporal grave.
"Ele desistiu voluntariamente no terceiro disparo. Logo, a defesa sustentará o crime de lesão corporal", afirmou o advogado Eduardo Morais.
Relembre o caso
O crime aconteceu no dia 27 de setembro de 2018, em um salão de beleza do Parnamirim, na Zona Norte do Recife.
Erivaldo entrou no local segurando a arma na mão direita e Renata estava atrás da parede quando foi atingida por três tiros.
O PM aposentado fugiu em seguida, deixando a manicure ferida no salão de beleza.
Renata foi internada no Hospital da Restauração, no Derby, área central da cidade, e teve alta quatro dias após o crime.
Uma semana após tentar matar a ex-esposa, ele se apresentou à polícia para depor e foi liberado.
Em setembro de 2020, o governo de Pernambuco excluiu Erivaldo da polícia.
Fonte: G1
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