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Artrose do quadril ganha repercussão após anúncio da necessidade de cirurgia do presidente Lula

Condição que acomete cerca de 10 milhões de pessoas pode incorrer em qualquer articulação, como explica o médico ortopedista do SEOT, especialista em cirurgia do quadril, Maurício Paes.

A artrose do quadril, doença degenerativa proveniente do desgaste da cartilagem da articulação, ganhou repercussão após o anúncio da necessidade de cirurgia do presidente Lula, para reverter o caso. A condição acomete cerca de 10 milhões de pessoas, segundo o Ministério da Saúde, e pode incorrer em qualquer articulação, qualquer lugar que tenha cartilagem, como explica o médico ortopedista especialista em cirurgia do quadril, Maurício Paes, que presta atendimento no SEOT – Santa Efigênia Ortopedia e Traumatologia, em Caruaru, Agreste de Pernambuco.

A principal característica da doença é a dor, o que gera um sinal de alerta, segundo o médico. “Essa dor é maior nas articulações de carga, que carregam o peso do corpo: quadril, joelho e tornozelo. Essas articulações são as que sofrem mais, mas pode haver artrose no punho, ombro ou cotovelo. No caso do presidente, ele tem uma artrose no quadril, o que o impede de ter uma qualidade de vida aceitável, ter o mínimo de deslocamento possível sem apresentar dor constante. Tem um desgaste na cabeça do fêmur e o tempo todo que ele vai se locomover, vai ter dor, o que é realmente a característica principal da afecção”.

O diagnóstico é feito por exame físico/ clínico, através da característica da dor (perto da virilha, se estendendo para a região da coxa) e histórico do paciente; limitação do movimento da articulação, perda de mobilidade/ flexão do quadril; artrofia da região da musculatura (geralmente, uma coxa fica mais fina que a outra), além de dificuldade para andar e, em estágios mais avançados, dificuldade, inclusive, para sentar. O exame de imagem (raio-x), no entanto, é necessário, para a confirmação da condição e estudo para marcação de cirurgia. Nos estágios iniciais da doença, pode se precisar, inclusive, de tomografia ou ressonância, mas, nos casos mais avançados, que requerem cirurgia, o raio-x é suficiente.

O tratamento vai variar de acordo com a sintomatologia do paciente, limitação do dia a dia dele e qualidade de vida. A maioria das vezes, o tratamento é conservador (com o uso de medicamentos e outras intervenções, a exemplo da fisioterapia e acupuntura). O ortopedista acrescenta que as indicações cirúrgicas são para casos extremos, mais avançados e que tragam uma incapacidade ao paciente: casos iniciais e até mesmo mais avançados, que não tragam muito incômodo e que possam ser controlados com a mudança do estilo de vida e perda de peso, por exemplo.

Existem fatores primários ou secundários que podem levar à artrose. Os secundários são consequentes de algo que acometeu o paciente no passado, a exemplo de alguma lesão ou inflamação, a chamada artrose pós-traumática. Isso acontece quando não se identifica ou não se tem o tratamento adequado na época do que origina a artrose, como destaca o especialista. “Muitos casos cirúrgicos são provenientes da artrose de impacto, desenvolvida geralmente na adolescência ou até os 30 anos de vida. Por isso a importância do diagnóstico de cada condição, no tempo certo, a fim de evitar que se tenha uma artrose, no futuro”. Em casos extremos, há a implantação da prótese via cirurgia”.

O médico ortopedista Maurício Paes diz, por fim, que a artrose é uma doença irreversível e por isso requer cirurgia, por vezes. “A indicação cirúrgica vai partir do paciente porque, muitas vezes, pode haver uma deformidade ou comprometimento das articulações sem um quadro de dor importante. A indicação cirúrgica vem quando não se consegue ter uma qualidade de vida pela falta de controle da dor. Quando se chega ao estágio de grande deformidade da cabeça do fêmur, perda da cartilagem como um todo e o paciente apresenta muita dor, a única opção é a artroplastia, com a implantação da prótese, porque não há nenhuma outra medida que vá poder reverter a situação. Todas as demais medidas são para melhorar sintoma e não para resolver o problema”.

Pauta: Cláudio Rodrigues
Foto: Freepik
 

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