BR-232, a mais pernambucana das rodovias federais
A obra, que contou com o apoio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (CREA-PE), é fruto de mais de 20 anos de pesquisa do professor e resgata cada etapa da construção da rodovia, desde o início em que era chamada de Estrada Transversal, depois BR-25 até chegar à BR-232, com o traçado atual.
“A tarefa a que me propus não foi fácil, o trabalho consumiu leituras de livros antigos no acervo do meu pai — Renato Telles Moreira, um dos fundadores do Departamento de Estradas de Rodagem- DER/PE — e no Arquivo Público do Estado. Detive-me também no estudo e na análise de publicações relacionadas às obras mais recentes da BR-232, as quais vivi de perto”, conta Maurício Pina, que participou de diversos estudos e projetos sobre a BR-232, como ao acesso ao centro e ao Porto do Recife, o da restauração do pavimento entre São Caetano e Pesqueira e de estudos relacionados à duplicação da estrada.
O grande desafio dos governantes nas primeiras décadas do século XX era a integração do estado de Pernambuco. O professor ressalta as dificuldades de trafegar entre as cidades; dá como exemplo a ida até Caruaru, que chegava a levar “de quatro a cinco horas. Em época chuvosa não havia condições nem de circular e chegar até Caruaru”, conta.
O livro é recheado de histórias, fotos e dados da construção da rodovia, mostrando detalhadamente a evolução da obra. O engenheiro lembra que o trecho de quase 6 km entre Tejipió e Jaboatão iniciado em 1934 foi a primeira execução de pavimento de concreto no norte e nordeste do país.
Outra curiosidade que Maurício Pina aponta no livro é que em 1955 a rodovia foi utilizada como pista de pouso de avião: “Devido a uma grave crise política ocorrida no país, o governador Cordeiro de Farias, que se encontrava em Bezerros, necessitou retornar imediatamente ao Recife e o avião da secretaria de agricultura precisou aterrissar na pista da BR-25 para que ele pudesse embarcar”.
“Primeiro as estradas; o resto elas darão”
Esta frase de impacto, quase um slogan, marcou o governo de Agamenon Magalhães, na década de 1950, que deu início ao que se chamou Batalha da Pavimentação. “Este movimento contemplou as quatro principais rodovias tronco de Pernambuco, entre as quais a então BR-25 (atual BR-232) no trecho entre Moreno e Caruaru. Imagine o que era governar o Estado naquela situação, com a pavimentação a partir do Recife alcançando apenas Moreno (na direção oeste), Paulista (para o norte) e Prazeres (para o sul)”, aponta o engenheiro.
A importância da BR-232 para o desenvolvimento de Pernambuco é incontestável. Maurício Pina afirma que o implemento de infraestrutura, como rodovias, fomenta o desenvolvimento. No prefácio do livro, o senador por Pernambuco Fernando Dueire é taxativo:
“A história da BR-232 é um testamento vivo da capacidade transformadora das estreadas, que são capazes de unir pessoas, encurtar distâncias e fomentar o progresso. Esta rodovia é um marco da história de Pernambuco, um corredor que une passado, presente e futuro em busca de um desenvolvimento sustentável e próspero”.
Maurício Pina finaliza com um desejo: “Torna-se indispensável prosseguir as obras de duplicação da BR-232. Espero assistir a conclusão da pavimentação até Parnamirim”.
Fonte: Diario de Pernambuco
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