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Grito dos Excluídos e Excluídas no Recife reivindica comida e água para população e protesta contra privatização do Metrô e Compesa


Manifestantes se reuniram na manhã desta quinta (7), no Recife, para participar do Grito dos Excluídos e Excluídas. A concentração começou às 9h no Parque 13 de Maio, em frente ao prédio da Faculdade de Direito, no bairro da Boa Vista, no Centro da cidade, de onde os integrantes do protesto saíram em caminhada por volta das 10h30 (veja vídeo acima).

O ato acontece em várias cidades do Brasil desde 1995, no dia 7 de setembro, feriado da Independência do Brasil, discutindo um assunto diferente a cada ano. Nesta 29ª edição, o tema escolhido foi "Você tem fome e sede de quê?", para reivindicar o acesso à comida e água no país.

Os manifestantes também protestaram em defesa da não privatização do Metrô do Recife e da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) assim como da implementação do piso nacional de enfermeiros e professores.

"Esse ano o nosso grito é um grito de esperança na retomada e fortalecimento da democracia. Passamos quatro anos em um governo de desmonte das políticas públicas. Agora nós temos um governo mais próximo das nossas demandas", afirmou Sandra Gomes, que faz parte da organização do ato e do movimento dos trabalhadores cristãos.

Participante do ato desde a primeira edição, Jaqueline Albuquerque definiu o Grito dos Excluídos e Excluídas como um momento para a sociedade civil expor suas necessidades.


"É um momento para que os movimentos possam apresentar suas bandeiras de luta de forma pacífica, como os movimentos sociais são, com muita diversidade e defendendo as demandas da classe trabalhadora", contou a servidora, que faz parte do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal.

A manifestação foi convocada por movimentos sociais, igrejas, centrais sindicais, movimentos estudantis e partidos políticos que defendem um país justo e democrático. Participaram integrantes da Central Única de Trabalhadores (CUT), da Marcha das Margaridas, de sindicatos dos metroviários, dos professores e dos enfermeiros, da Pastoral do Povo de Rua, da União Jovem Socialista, entre outros.

Adriana Kayamy, coordenadora da Articulação Indígena de Mulheres em Contexto Urbano, também participou da passeata. "Nós somos 65 mulheres em contexto urbano. Nos sentimos excluídas. Somos ex-agriculturas e vivemos de artesanato. A gente reivindica justiça social para sermos ao menos enxergadas. Somos mulheres, somos mães", declarou.


O ato também homenageou os 40 anos do falecimento da sindicalista Margarida Maria Alves. "Margarida foi assassinada lutando por justiça. Ela tinha uma frase que diz 'é melhor morrer lutando do que morrer de fome'. Nossa reivindicação é por comida na mesa do trabalhador", disse Sandra Gomes.

Antônio Sebastião é diácono da Arquidiocese de Olinda e Recife e integrante da Tenda do Encontro, que acolhe pessoas em situação de rua. Ele falou sobre a importância da participação da igreja em atos como este.

"O nosso papel, o papel da igreja, é estar ao lado das pessoas que mais sofrem, as pessoas que têm seus direitos negados, como moradia, terra, emprego, saúde e educação. A igreja tem que estar ao lado das pessoas injustiçadas, defendendo sua sagrada dignidade", disse o diácono.

A caminhada teve apresentação de maracatu com crianças e adolescentes da Casa Herbert de Souza. Os manifestantes seguiram pela Avenida Conde da Boa Vista até a Avenida Dantas Barreto, no Centro do Recife. O protesto acabou em frente à Basílica de Nossa Senhora do Carmo, por volta das 11h40.

Fonte: G1

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