Programa de inclusão social transforma metodologia de ensino no campo
Enviado
por: Marina
Lima
Senar capacita técnicos para oferecer cursos a pessoas com deficiência, nas áreas de Profissionalização Rural e de Promoção Social
Dentro da política de inclusão social das
pessoas com deficiência, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Pernambuco
(Senar/PE) promoveu a capacitação dos instrutores que trabalham nos cursos de
Profissionalização Rural e de Promoção Social. A ação faz parte do Programa
Apoena, implantado pela Administração Central do Senar.
Pernambuco conta com 120 instrutores ligados
ao Senar. Com uma carga horária de 24 horas, os profissionais tiveram aulas
baseadas na premissa da Acessibilidade Atitudinal. A iniciativa aborda as
especificidades das deficiências física, auditiva, visual, intelectual e
psicossocial, além das altas habilidades. Atualmente, o Senar/PE atende 1.700
alunos/mês.
“Nosso foco é trabalhar com os agentes,
sejam eles instrutores, mobilizadores ou supervisores. A ideia é que toda
equipe técnica da instituição tenha uma mudança de comportamento, para que eles
se adaptem a novas formas de ensino e identifiquem nos alunos o que os torna
habilitados para o desempenho de uma profissão”, explicou a psicóloga Renata
Rubira. Ela é instrutora do Senar Brasil e facilitadora nos treinamentos.
Segundo a psicóloga, o Apoena existe para
que os profissionais do Senar não foquem na limitação que determinado estudante
tem, e sim, nas demais potencialidades que devem ser aproveitadas. Atrelado a
isso, o programa aborda os comportamentos inclusivos, terminologias da educação
inclusiva, legislação e especificidades de cada deficiência.
Além disso, nos cursos executados pela
entidade, os alunos contam com orientações preventivas, a fim de evitar os
acidentes de trabalho. É o caso do curso de Mecanização Agrícola. “Preparamos
os estudantes para que, quando ingresse em um emprego, como o de tratorista,
por exemplo, que ele desenvolva seu trabalho da forma mais correta possível,
evitando acidentes”, explicou Renata.
Outro destaque do programa é instruir os
agentes de educação quanto a prevenção das doenças ocasionadas pelo Aedes
Aegypti. Nas próximas capacitações, os alunos vão contar com informações sobre
como evitar a proliferação e, consequentemente, as doenças causadas pelo inseto.
“A gente sabe que, com esse surto de Zika, onde Pernambuco registra o maior
número de casos, nós teremos uma geração de pessoas com deficiência no meio
rural”, observou a facilitadora.
De acordo com Renata Rubira, o grande
desafio dos instrutores é transmitir o conhecimento, com eficiência e
naturalidade, independente das limitações. “No passado, grande parte da
população não teve o contato aprofundado com pessoas deficientes porque elas
viviam segregadas da sociedade, que as rotulava como incapazes. Felizmente,
essa situação vem sendo revertida, porém nosso país ainda é carente de uma
estrutura inclusiva e o Apoena vem para mudar essa perspectiva”, destacou a
psicóloga.
O instrutor do Senar/PE e participante do
treinamento, Clildo Aldeman ressalta que o treinamento o preparou para oferecer
uma melhor assistência aos alunos especiais “Agora me sinto seguro e apto a
ensinar, aproveitando os potenciais de cada aluno”, declarou. A capacitação dos
técnicos aconteceu em Bezerros, durante toda a semana.
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