Armando acusa Governo do Estado de não se antecipar à Seca
O senador Armando Monteiro (PTB-PE)
acusou, na última quinta-feira (08/12) o Governo do Estado de não haver se
preparado adequadamente para enfrentar a Seca em Pernambuco, considerada
a pior dos últimos 60 anos. Em discurso no plenário do Senado,
enfatizou que “faltaram pró-atividade e capacidade de antecipação ao
quadro de colapso” provocado pela estiagem, sobretudo no Agreste.
Segundo
Armando, o governo estadual ignorou os alertas de especialistas que,
ainda em 2012, apontavam que estava se avizinhando um período de seca
mais severa do que no biênio 1983-84. Disse que, apesar do alto grau de
vulnerabilidade do Agreste a estiagens, pela alta densidade demográfica e
pela natureza das suas atividades produtivas e inexistência de reservas
subterrâneas, somente agora, depois dos efeitos econômicos e sociais
“devastadores” da seca, o governo local está tomando providências e com
resultados apenas a partir do próximo ano.
“O
Governo do Estado tinha alternativas. Ou se prepararia para assumir, com
aportes de recursos, a obra da Adutora do Agreste e assim contribuiria
para sua conclusão, ou buscaria outras opções, que somente agora estão
sendo providenciadas, em caráter emergencial, depois de se constatar a
crise de abastecimento d´água e de se assistir a graves perdas
econômicas”, assinalou.
O senador petebista
salientou que ficará apenas para 2017 a conclusão de obras como a
Adutora do Pirangi, financiada pelo Banco Mundial, a perfuração de poços
profundos em Tupanatinga e a construção do sistema Adutor do Moxotó,
que dependem de recursos do governo federal, cuja liberação anunciou
que irá cobrar. “Até lá, infelizmente, o sofrimento da população
continuará, como admitiu o presidente da Compesa, Roberto Tavares”,
acrescentou.
Perdas dramáticas - Armando
Monteiro listou, no seu discurso, algumas das perdas econômicas
provocadas pela seca, que classificou como “dramáticas”, especialmente
no Agreste:
- Queda de 9,2% no PIB da agropecuária no primeiro semestre, comparativamente a igual período de 2015;
- Redução de 25% na produtividade da bacia leiteira, que caiu de 2,5 milhões para 1,4 milhão de litros diários de leite, enquanto a produção de queijo diminuiu para menos da metade, de 40 mil quilos/dia para 18 mil;
- Fechamento de 40% das lavanderias usadas na produção de jeans do polo de confecções, cuja produção, de 720 milhões de peças em 2015, cairá em 20 milhões de peças este ano, pela escassez de água;
- Desativação de vários aviários, cuja atividade necessita de 700 carros pipa diariamente;
- Nada menos do que 25 dos 71 municípios do Agreste dependem exclusivamente, para acesso à água, de carros pipa, cujo preço dobrou, pulando de R$ 150 para R$ 300 cada.
Imprensa de Armado
Monteiro
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