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Presos de 7 unidades prisionais produzem máscaras, batas e protetores

Cumprindo penas em regime fechado e semiaberto, 68 detentos do sistema penitenciário de Pernambuco estão produzindo equipamentos de proteção individual (EPIs) para ajudar no combate à pandemia do novo coronavírus. O material é utilizado tanto dentro do sistema prisional quanto em serviços públicos e privados de saúde. Até essa quinta-feira (16), sete unidades prisionais do estado aderiram ao engajamento, com uma produção diária estimada de quase mil EPIs por dia - como máscaras, batas e protetores faciais.

Além de ajudar o enfrentamento ao vírus, o detento diminui o tempo de prisão. Três dias de trabalho abatem um da pena. A iniciativa começou em 27 de março, quando um grupo de dez presidiários da Penitenciária Juiz Plácido de Souza (PJPS), localizada em Caruaru, no Agreste, passou a produzir máscaras de acetato (protetores faciais), a pedido da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), órgão que administra o serviço penitenciário estadual. 

A direção da PJPS reservou um espaço para o trabalho. A capacidade de produção é de 300 protetores faciais por dia. Segundo a Seres, a unidade prisional de Caruaru já confeccionou 2.150 protetores, distribuídos a instituições de saúde do próprio município. Em 30 de março, foi a vez da Penitenciária Doutor Edvaldo Gomes (PDEG), em Petrolina, no Sertão, se engajar. Seis detentos participam da produção de máscaras de TNT, endereçada a unidades de saúde de lá e do município vizinho de Juazeiro (BA). 

De lá para cá, os presídios de Salgueiro (Sertão), de Santa Cruz do Capibaribe (Agreste), de Limoeiro (Agreste) de Igarassu (Região Metropolitana) e a Colônia Penal Feminina de Abreu e Lima também passaram a integrar a iniciativa de produzir EPIs para a sociedade. As adesões mais recentes foram a dos presídios de Santa Cruz, na última terça (14) e de Limoeiro, nessa quarta (15).

Em Santa Cruz, sete detentos passaram a fazer 200 batas descartáveis de tecido não tecido (TNT) diariamente. O conteúdo é encaminhado para o Real Hospital Português, do Recife, que doa o TNT como contrapartida. Já em Limoeiro, 15 presidiários confeccionam máscaras de TNT para o próprio sistema carcerário e para o Hospital Oswaldo Cruz.

Os presídios de Igarassu e Salgueiro estão, cada um, trabalhando na produção de 200 máscaras de TNT para uso interno. Em Igarassu, 16 presidiários participam da confecção. Já em Salgueiro, são dois. Por fim, na Colônia de Abreu e Lima, 12 mulheres produzem, por dia, 250 máscaras de TNT para o sistema prisional e segurança pública.

“É uma demonstração importante de que preso não é apenas bandido. Isso colabora com o processo de ressocialização”, afirma o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico. “Precisamos aumentar a produção de EPIs no Brasil, porque acaba tendo custo muito oneroso ao estado. Vamos ampliar esse volume de produção, com outros presídios participando”, acrescenta.

Pedro Eurico aproveita para estimular a iniciativa privada a doar ou emprestar máquinas de costura, para ampliar a força de trabalho. “Fica aqui o pedido para as indústrias ou microempresários. Os EPIs são fundamentais para garantir a segurança da população”, conclui.

Fonte: Diário de Pernambuco 
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