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Um gênio detonado

Saiu no Blog do Magno Martins


Está bem atual a fábula de que Pernambuco é um Estado marcado pela política da inveja simbolizada pelo caranguejo, que quando tenta ultrapassar seu limite territorial é puxado para baixo pelo crustáceo mais próximo. Isso se aplica com extrema fidelidade ao ex-presidente da Compesa, Roberto Tavares, cria do ex-governador Eduardo Campos na seara burocrática da Secretaria da Fazenda.

Pouco menos de um ano da sua degola da presidência da Compesa, provocada pela ira incontrolável do prefeito do Recife, Geraldo Júlio, a estatal apresentou um lucro líquido de R$ 212,8 milhões, resultado do seu balanço patrimonial de 2019. Em oito anos à frente da estatal, Tavares investiu um montante acima de R$ 8 bilhões.

Tavares agradou a gregos e troianos e fez a Compesa virar referência nacional de como de transforma uma empresa estatal, antes falida, em sólida e invejável entre as mais diversas do ramo que operam no País. Roberto Tavares deu régua e compasso a Compesa, mesmo sendo ainda hoje campeã em reclamação por falta de água nas torneiras, racionamentos em várias regiões do Estado e, principalmente, no Grande Recife.

Roberto Tavares é um executivo de mão cheia. Eduardo Campos confiava cegamente nele, a quem entregou missões quase impossíveis que foram cumpridas integralmente. Eduardo chegou a cogitar em fazer dele um auxiliar mais próximo no seu primeiro escalão, mas Geraldo Júlio sempre atrapalhou jogando terra e botando gosto ruim nas tarefas que Eduardo a Tavares delegou, confiante de que não seriam frustradas.

Geraldo, ao longo desse tempo todo, desde quando foi secretário de Governo de Eduardo, tratou Tavares a pão e água, mas nunca explicou as suas incompatibilidades nem o ranço pessoal com ele. Com a morte de Eduardo, Tavares foi perdendo espaço no Governo, vendo minguar seu poder, a ponto de ser triturado pelo prefeito da capital.

Mas, com a sua saída da Compesa quem perdeu foi a estatal. Mais do que isso, Pernambuco, que tem hoje uma estatal administrada de longe pelo prefeito do Recife, com uma dirigente longe de possuir o talento e o verniz de Roberto Tavares.
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