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Aulas presenciais ainda não têm data para voltar em PE; secretaria trabalha em plano para retomada

Carta do departamento de Estatística da UFPE traz questionamentos sobre riscos à saúde de alunos e professores. Estado afirma que aguarda aval das autoridades de saúde para reabrir.
Professores do departamento de Estatística da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) elaboraram uma carta trazendo questionamentos sobre a segurança sanitária de escolas públicas e privadas e riscos de contaminação dos alunos e suas famílias. Segundo o secretário de Educação e Esportes de Pernambuco, Fred Amâncio, essa retomada só deve ocorrer por meio de um plano, com autorização das autoridades de saúde, o que ainda não tem data (veja vídeo acima).

De acordo com a professora Maria Cristina Falcão Raposo, as dúvidas a respeito da volta às aulas incluem a conscientização de crianças sobre a necessidade de usar máscaras fora de casa. O questionamento sobre a retomada de encontros presenciais no estado vem em meio ao anúncio do governo de São Paulo, com plano de reabrir em setembro. Em Pernambuco, não há data ainda.

“Você acredita que as crianças vão conseguir passar quatro horas com as máscaras devidamente colocadas na face? Isso é uma dúvida, principalmente para as crianças menores. Até agora, as crianças se mostram assintomáticas. Por outro lado, como estão protegidas, a contaminação pode ser menor porque elas estão menos expostas”, disse.

A professora mencionou, ainda, a diferença entre a preparação de escolas públicas e privadas. “As escolas particulares estão se preparando há mais tempo. A gente sabe que é diferente da situação das escolas públicas, que atualmente estão sem nenhuma condição sanitária de receber seus alunos, segundo exigido”, disse.

O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco, José Ricardo Diniz, afirma que as instituições privadas de ensino estão se preparando para retomar, mas sem definição de quando isso deve ocorrer.

“Vai ser um retorno gradativo. Vamos ter a convivência do remoto com o presencial. Aquelas famílias que conhecem a saúde dos seus filhos vão poder optar por mandar efetivamente para o presencial ou mantê-los no remoto. Todas as escolas vão oferecer as duas modalidades nesse período. A decisão é da família”, afirmou.

Diante da incerteza em relação às próximas semanas, Maria Cristina Falcão afirmou que é necessário aguardar mais tempo, depois da retomada das atividades econômicas, para decidir o que pode ser feito. Para ela, há uma chance de só ser possível voltar aos encontros presenciais em 2021.

“Na nossa ideia, seria esperar um pouco mais, atualizar os números e fazer uma nova previsão. É melhor adiar o recomeço para salvar mais vidas”, afirmou.

De acordo com o secretário de Educação e Esportes, Fred Amâncio, um plano de retomada das atividades escolares está em andamento, mas a data só deve ser anunciada após decisão das autoridades sanitárias. “São especialistas em saúde, com um olhar importante para as questões pedagógicas que estão envolvidas nesse processo”, afirmou.

No plano elaborado pelo governo, a prioridade deve ser dada a alunos em fase de conclusão dos ciclos da educação básica. “A nossa retomada deve ocorrer em etapas. Sem dúvida, a prioridade desse olhar é o terceiro ano e depois as etapas finais do ensino fundamental, como o nono ano”, disse o secretário.

Dificuldades
Em maio, o G1 mostrou que alunos da rede pública de todo o Brasil viviam a sensação de que 2020 será um ano perdido em suas trajetórias escolares, com indefinições sobre validade de aulas à distância e dificuldade de acesso aos meios virtuais.

Na rede municipal do Recife, José Miguel Canuto, de 12 anos, contou que estava sem aulas e estudando através de um único livro que recebeu. Na rede estadual, apesar das aulas pela TV e internet, estudantes relatavam preocupação e dificuldades.

Fonte: G1 Caruaru e Região 
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