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Pesquisadores criam robô para esterilizar ambientes e ajudar na prevenção ao novo coronavírus

G1 PE


Pesquisadores de três instituições de ensino e pesquisa de Pernambuco criaram um robô para esterilizar espaços e evitar a propagação do novo coronavírus. A nova aliada do combate à pandemia se chama Aurora e foi criada por pesquisadores do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em parceria com profissionais do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) e do Centro Regional de Ciências Nucleares.

Aurora usa inteligência artificial e radiação ultravioleta para esterilizar os ambientes. O projeto foi selecionado num edital da UFPE que buscava inovações e soluções emergenciais para enfrentar a Covid-19. Segundo Leandro Maciel Almeida, professor e pesquisador da instituição de ensino, a alternativa é barata e eficaz.

"É uma tecnologia local, desenvolvida com pesquisadores locais, com um custo mais acessível, que a gente pretende disponibilizar para a sociedade, empresas e todos que queiram usar esta ferramenta", afirmou.

Aurora tem 1,5 metro de altura, 50 centímetros de largura, 60 de comprimento e pesa 40 quilos. Os movimentos são controlados a distância, pelo celular ou tablet. Durante a irradiação dos raios ultravioleta, não pode haver ninguém por perto. Por isso, tudo foi pensado para ter um funcionamento o mais simples possível.

"A pessoa que vai operar vai ter um treinamento simples e a ideia é que seja basicamente um drone ou um carrinho com controle remoto", disse Frederico Duarte, professor e pesquisador do IFPE.

A fase de testes depende da aprovação do Comitê de Ética da universidade, mas deve começar em setembro. Os resultados dos testes em laboratório, para os pesquisadores, têm sido promissores.

"A gente tem a expectativa de que, entre 20 e 30 minutos, esse robô já consiga esterilizar superfícies como madeira, vidro e aço, que são superfícies mais comuns em ambientes hospitalares, grandes eventos, hotéis e salas de aula. A expectativa é que, com os ensaios reais, a gente consiga ajustar esse tempo, para ter certeza de 100% de eficiência para cada tipo de superfície e isso garantir que a gente consiga ajustar o tempo de uso do robô para cada tipo de ambiente que ele vai ser aplicado", afirmou Frederico Duarte.

O efeito da radiação ultravioleta para exterminar bactérias, fungos e vírus já é comprovado pela ciência há, pelo menos, um século. A radiação é usada nos hospitais em áreas restritas e a ideia dos pesquisadores é popularizar o robô, para que ele possa desinfectar áreas maiores, para além das unidades de saúde, como estações de transporte, consultórios e onde mais houver necessidade.

"A gente vai ter a capacidade de fornecer um equipamento para aumentar a desinfecção desses ambientes e chegar à esterilização do ar onde o vírus possa circular", explicou Leandro.

A versão final de Aurora deve ser menor e mais leve, para que possa ser usada em larga escala. Os pesquisadores estão em busca de parceiros para que o conhecimento gerado nas instituições de ensino possa beneficiar cidadãos.

"Esse equipamento é mais uma ferramenta que vai auxiliar no combate à pandemia, junto com as outras ações que estão sendo feitas. A perspectiva é que, após a descoberta de uma vacina, por exemplo, ele continue sendo usado como protocolo de higienização de vários ambientes", disse Frederico.

Coronavírus em Pernambuco

Pernambuco confirmou, neste sábado (29), mais 1.005 novos casos da Covid-19 e 35 mortes de pacientes com o novo coronavírus. Com isso, o número total de confirmações para a doença sobe para 124.151 e o de mortes, para 7.547, registrados desde março. Os números foram divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE).
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