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Pernambuco tem terceiro maior número de assassinatos do Brasil, mesmo com queda de 10% em 2021


Em 2021, Pernambuco foi o estado com o terceiro maior número de assassinatos de todo o Brasil, segundo levantamento do Monitor da Violência, do g1, com base nos números da Secretaria de Defesa Social (SDS). Mesmo com uma redução de 10,3% no número de mortes violentas no ano passado, Pernambuco está entre os estados mais violentos do país.

Foram 3.758 casos em 2020 e 3.370 vítimas em 2021 registrados em Pernambuco. No país, houve 41.069 mortes violentas, 7% a menos do que as 44.118 ocorridas em 2020. As mortes violentas incluem homicídios, lesões corporais que resultam em morte e latrocínio, que é o roubo seguido de morte.

De acordo com os dados do Monitor da Violência, no número absoluto de homicídios, Pernambuco fica atrás somente da Bahia, que teve 5.099 vítimas, e do Rio de Janeiro, com 3.394 ocorrências. A diferença do terceiro para o segundo colocado é de apenas 24 casos.

Quando se leva em conta a taxa de homicídios por 100 mil habitantes, Pernambuco tem os piores números entre os três estados que estão nos primeiros lugares do ranking.

São 34,83 mortes violentas a cada 100 mil habitantes em Pernambuco. Na Bahia, que tem 5 milhões de habitantes a mais, essa taxa é de 34,02 assassinatos; e o Rio de Janeiro, com população maior em mais de 6 milhões de pessoas, tem incidência de 19,4 mortes violentas por 100 mil moradores.

O cálculo do g1 sobre o índice de mortes violentas por 100 mil habitantes foi feito com base na estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a população de Pernambuco, que, em 2021, foi de 9.674.793.

Por meio de nota (veja mais abaixo), a SDS apresentou um cálculo diferente com relação a 2021. "Os 3.370 casos de Crime Violento Letal Intencional (CVLI) registrados no ano passado corresponderam a 33,85 por 100 mil habitantes - superando o resultado de 2013, que até então era o melhor, com 34,13 homicídios por 100 mil habitantes", disse o governo, no texto.

A SDS explicou que, para fazer o mesmo cálculo, utilizou a estimativa da Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem) de que a população de Pernambuco em 2021 era de 9.957.015.

"Essa autarquia estadual é órgão de estatística de Pernambuco, que tem como uma de suas competências prover o estado de informações para a elaboração de políticas públicas. Os dados da agência estadual são utilizados para a elaboração das estatísticas criminais de Pernambuco desde o início da série histórica, que começou em 2004", disse a secretaria.

Entre as mortes violentas registradas em Pernambuco em 2021, o maior número é de homicídios dolosos, que são aqueles em que os criminosos têm a intenção de matar. Foram 3.230 casos no ano passado e 3.620 ocorrências em 2020, o equivalente a uma diminuição de 10,8%.

Os casos de lesão seguida de morte vêm em seguida, com 122 vítimas em 2021 e 124 em 2020, o que equivale a uma redução de 1,6%. Os latrocínios correspondem à menor parte das mortes violentas no estado, mas tiveram aumento de 64,2% em 2021: o índice subiu de 14 para 23 entre os dois anos citados.

Resposta do governo

Por meio de nota, a Secretaria de Defesa Social informou que "os índices de criminalidade atingiram, em 2021, os menores patamares da história em Pernambuco, considerando toda a série histórica da estatística estadual, iniciada em 2004 com a atual metodologia".

Também no texto, disse que "combater a criminalidade e promover a paz social é a missão da SDS e todos os esforços têm foco nisso". Na nota, a SDS citou algumas ações realizadas pelo governo na área de segurança pública, como:

Ampliação do efetivo das forças de segurança pública com cerca de 7 mil novos servidores concursados, desde 2015.

Novas formaturas de policiais militares, policiais civis, bombeiros militares e agentes da Polícia Científica, totalizando, até o final de 2022, mais de 8,5 mil novos profissionais na segurança pública.

Investimento em renovação e ampliação de equipamentos, tecnologia e estrutura para reduzir a criminalidade em 2022.

Envolvimento dos poderes e órgãos de estado na promoção da prevenção e repressão à violência através de uma política de segurança norteada pelo programa Pacto pela Vida.

Casos de repercussão

Uma das mortes violentas de maior repercussão em Pernambuco no ano de 2021 foi o assassinato de Paulo Roberto Gonçalves Cavalcanti, o MC Boco do Borel, cantor de brega funk de 34 anos. Ele estava em cima do palco quando um homem o matou a tiros, no dia 26 de dezembro, em Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco.

Em fevereiro de 2022, um suspeito foi preso por causa desse crime. De acordo com a Polícia Civil, o homicídio ocorreu porque um grupo criminoso que atua no Litoral Sul pensou que Boco tinha ligações com uma quadrilha rival.

Outro caso, ocorrido em julho de 2021, foi o assassinato de Lorena Letícia dos Santos, de 2 anos. A criança foi baleada quando estava no colo do padrasto, Jefferson Tavares, de 34 anos, que também ficou ferido. O crime ocorreu num ponto de ônibus na Cidade Universitária, na Zona Oeste do Recife.

Poucos dias depois do crime, um dos suspeitos, Gabriel Matheus Alves Magno, também foi morto a poucos metros do local. Em agosto de 2021, a Polícia Civil disse que a criança foi morta porque criminosos pensavam que o padrasto dela denunciou informações sobre o tráfico de drogas na região.

Lorena Letícia foi baleada na cabeça e no abdômen, não resistindo aos ferimentos. Jefferson foi atingido quatro vezes pelos disparos de arma de fogo e sobreviveu.

Números menores no país

Apesar de os patamares ainda serem altos, o país teve uma redução nos números da violência letal em 2021. No Brasil, o registro de 41,1 mil mortes violentas foi o menor índice desde 2007, quando foi iniciada a série histórica coletada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

A diminuição dos assassinatos em 2021 retoma a tendência de queda registrada no Brasil, pelo Monitor da Violência, desde o balanço de 2018. Essa tendência foi interrompida em 2020, ano em que teve uma alta de mais de 5% em meio à pandemia da Covid-19, mas voltou a ser registrada em 2021.

Fonte: G1

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