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Eduardo Porto é escolhido para vaga de conselheiro do TCE após aposentadoria do pai, Carlos Porto


O Tribunal de Contas do Estado (TCE) tem um novo conselheiro. Nesta terça-feira (16), o advogado Eduardo Lyra Porto de Barros foi sabatinado, indicado e aprovado pelos deputados da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) para assumir o cargo, que é vitalício. A indicação foi aprovada por 47 dos 49 deputados estaduais.

Eduardo Porto, que foi o único inscrito para concorrer a esta vaga, assume o lugar deixado pelo pai dele, Carlos Porto, que antecipou em dois anos a aposentadoria.

Em princípio, o antigo conselheiro teria que se afastar do cargo de forma compulsória em 2025, ano em que completa 75 anos (saiba abaixo quem é o conselheiro aposentado).

Eduardo Porto foi referendado como novo conselheiro após votação em sessão da Alepe, que é presidida pelo tio dele, deputado estadual Álvaro Porto (PSDB). A solenidade aconteceu na sede da assembleia, no Centro do Recife.

Os conselheiros compõem os órgãos colegiados, responsáveis por julgar processos sobre contas dos governantes e de órgãos e entidades da administração direta, indireta, das fundações e serviços sociais autônomos, bem como das Mesas Diretoras das Câmaras Municipais (saiba mais abaixo).

O processo de substituição aconteceu da seguinte forma:

📅 No dia 3 de maio, Carlos Porto entregou o pedido de aposentadoria ao Pleno do TCE. As funções dele, desde então, ficaram sob responsabilidade de um conselheiro substituto.

📨 O TCE formalizou a aposentadoria do conselheiro e, conforme o regimento, comunicou a disponibilidade da vaga à Assembleia Legislativa.

📝 Os candidatos ao cargo de conselheiro precisam se inscrever junto à Comissão de Constituição, Legislação e Justiça da Alepe. Eduardo Porto foi o único inscrito.

🗣️ Cumprindo o rito, ele foi sabatinado pela comissão nesta terça (16), em sessão extraordinária comandada pelo presidente da comissão, deputado Antônio Moraes (PP). Eduardo Porto teve o nome aprovado por unanimidade.

🏛️ À tarde, o parecer da comissão foi lido em Plenário, para ser referendado. A votação aconteceu de forma secreta.

✔️ Eduardo Porto obteve a aprovação de 47 dos 49 deputados estaduais. Estavam presentes na votação 48. Um voto foi em branco e um deputado estava ausente.

Quem é Eduardo Porto?

O novo conselheiro tem 41 anos e se formou em direito em 2004, pela Universidade Católica de Pernambuco. Em 2007, obteve grau de especialização em direito constitucional, administrativo e tributário. Também tem pós-graduação em direito administrativo, concluída em 2021.

Ao longo de sua carreira, ele já exerceu as seguintes funções:

⚖️ Sócio fundador da empresa Porto e Rodrigues Advocacia e Consultoria, criada em 2012 (cargo atual);

⚖️ Procurador-geral do município de Jaboatão dos Guararapes, de 2021 a 2022;

⚖️ Procurador-geral do município de Olinda, em 2017;

⚖️ Delegado da Polícia Civil, entre 2010 e 2012;

⚖️ Procurador do estado de Roraima, de 2008 a 2010;

⚖️ Assessor jurídico de desembargador no Tribunal de Justiça de Pernambuco, de 2007 a 2008;

⚖️ Chefe de gabinete de conselheiro no TCE, de 2005 a 2007.

O que é o Conselho do TCE?

O Conselho do TCE tem sete membros, sendo Teresa Duere a única mulher. Segundo o tribunal, todos são brancos. São eles:

Ranilson Ramos (presidente);

Teresa Duere (vice-presidente);

Carlos Porto (aposentado);

Valdecir Pascoal (corregedor-geral);

Carlos Neves (ouvidor e diretor da Escola de Contas);

Marcos Loreto (presidente da 1ª Câmara);

Dirceu Rodolfo (presidente da 2ª Câmara).

Segundo a Constituição Federal e a do Estado, os candidatos ao cargo de conselheiro devem ser brasileiros e ter os seguintes atributos:

🎂 Mais de 35 e menos de 65 anos;

👨‍💼 Idoneidade moral e reputação ilibada;

📚 Notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública;

📆 Mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no item anterior.

O TCE informou que os conselheiros têm cargo vitalício e as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos desembargadores do Tribunal de Justiça.

A vitaliciedade é uma das prerrogativas, segundo a Constituição Estadual e a Lei Orgânica do TCE. O salário de um conselheiro do TCE atualmente é de R$ 37.589,96.

Os conselheiros também são responsáveis por emitir pareceres prévios sobre as contas do governador e dos prefeitos. O Conselho é responsável por processos de denúncias, recursos, atos de admissão de pessoal, processos de licitação e contratos, dentre outros.

Os conselheiros também são responsáveis pela coordenação da Escola de Contas, Ouvidoria, Corregedoria, além da gestão dos seus respectivos gabinetes.


Carlos Porto de Barros foi deputado estadual por três mandatos, entre 1979 e 1990. Ingressou no Tribunal de Contas em 1990, após ser nomeado conselheiro pelo então governador Carlos Wilson (antigo PMDB, atual MDB). Ele era o mais antigo membro do atual colegiado.

No TCE, o conselheiro aposentado ocupou todos os cargos existentes dentro do conselho, inclusive o de presidente, que exerceu em quatro ocasiões. O último mandato de Carlos Porto na presidência foi no biênio 2016-2017.

Mais recentemente, Carlos Porto atuava como diretor da Escola de Contas do TCE, que promove a capacitação dos servidores do tribunal e das entidades por ele fiscalizadas.

O pedido de aposentadoria foi apresentado por Carlos Porto em sessão do Pleno do TCE no dia 3 de maio. Ele estava acompanhado do irmão, deputado Álvaro Porto.

Quem presidiu a sessão foi a conselheira Teresa Duere, que também se aposenta neste ano, de forma compulsória, ao completar 75 anos.

A conselheira encaminhou ao Pleno um pedido, aprovado por unanimidade, para concessão da Medalha Nilo Coelho, maior honraria da casa, por todos os serviços prestados por Carlos Porto ao TCE e ao controle externo.

Eleição seguiu conformidade da lei

Ao g1, o presidente da Comissão de Direito Administrativo da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Pernambuco (OAB-PE), Leonardo Aguiar, disse que a aprovação do nome de Eduardo Porto transcorreu em conformidade com a lei.

“O que chama atenção é que somente Eduardo Porto deixou seu nome à disposição. Mais algum candidato poderia ter surgido. Sempre é bom que tenha mais de um candidato para a gente privilegiar a democracia na melhor escolha para a composição do TCE. Não obstante, ele [Eduardo Porto] é um excelente nome, uma pessoa qualificada, com experiência na gestão pública. Certamente, preenche os requisitos”, comentou.

Segundo o advogado Leonardo Aguiar, a vaga que será ocupada pelo novo conselheiro faz parte da cota reservada às indicações da Alepe, que tem o poder de indicar quatro dos sete membros do Conselho do TCE-PE. Os outros três são nomeados livremente pela governadora.

“Se Carlos Porto fosse o governador do estado, haveria, no mínimo, uma situação estranha. Mas Carlos e Álvaro Porto nem indicam nem nomeiam Eduardo. Não vejo restrição nenhuma”, afirmou.

Fonte: G1

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