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‘Absolutamente inadequado’, diz Raquel Lyra sobre festa na Secretaria de Saúde após PE decretar situação de emergência


Raquel Lyra (PSDB) foi entrevistada, na noite da segunda (26), no programa “Roda Viva”, da TV Cultura. A governadora de Pernambuco respondeu perguntas de jornalistas de vários veículos de comunicação, inclusive sobre a festa na Secretaria Estadual de Saúde (SES) no dia quando foi decretada situação de emergência no estado por causa da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag).

“Eu não sabia da existência da festa, então ainda vou avaliar um pouco, conversar com a secretária. O fato é que foi inadequado, absolutamente inadequado. Não quer dizer que as pessoas que estavam ali não tinham tomado todas as atitudes que poderiam para o enfrentamento da situação de emergência. Todos estão muito empenhados nisso, mas foi inadequado.”

Desde 21 de junho, Pernambuco está em situação de emergência devido às filas de crianças por vagas diante da superlotação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) pediátricas e neonatais. Pernambuco enfrenta um aumento de casos de Srag, provocados por vírus.

No mesmo dia em que Raquel Lyra decretou o estado de emergência, vazou um vídeo, nas redes sociais, mostrando servidores da SES participando de uma festa junina na sede da secretaria. As imagens mostram uma banda de forró se apresentando e os profissionais dançando em uma sala.

Ao comentar sobre o panorama geral da saúde no estado, a governadora declarou que a “saúde é o principal problema de Pernambuco se a gente for consultar e ouvir a população”. Raquel Lyra apontou, ainda, a falta de infraestrutura física e organizacional como principais entraves enfrentados pela SES.

“Hoje mesmo [segunda-feira, lamentavelmente, a gente tem 58 crianças na fila aguardando a UTI. Essas crianças estão sendo atendidas em unidades com suporte ventilatório. Pedimos à iniciativa privada a abertura de novos leitos. O que a gente conseguiu está posto, a gente está tentando mais, mas a própria rede privada está com fila”, complementou.

Confira outros tópicos abordados na entrevista:

Governo federal

Raquel Lyra apontou cordialidade com o governo federal, embora tenha evitado o título de aliada. “Eu tenho sido muito bem recebida tanto pelo presidente Lula como pelos seus ministros. A gente tem apresentado um plano de investimentos […] e quer garantir as parcerias”, disse.

Bolsonaro

Ela lamentou a possibilidade de Bolsonaro se tornar inelegível. “Eu lamento muito que o ex-presidente da República esteja sendo julgado e possa se tornar inelegível [...] É muito ruim que alguém que ocupou a Presidência da República esteja respondendo por isso no Brasil, em uma democracia ainda tão incipiente”, declarou.

Educação

A governadora comentou o reajuste de 14,95% para professores e o piso salarial da educação: “O que eu estou trabalhando em Pernambuco é para garantir o piso a todos os professores, como garante a legislação nacional. Mais de 26 mil pessoas serão beneficiadas, sendo que parte delas efetivas, parte delas contrato temporário. A mesa de negociação está aberta para discussão com os professores”.

Gênero

Ao ser questionada se considerava a si mesma uma pessoa controladora, Raquel Lyra respondeu: “Eu costumo dizer que adjetivos como esse não são utilizados para homens. ‘O homem é controlador? Não, o homem é firme’. A gente tem um machismo estrutural muito forte que nos coloca adjetivos e julgamentos precipitados".

Equidade racial

Ela afirmou que ainda havia um longo caminho a ser percorrido para tornar o secretariado tão representativo com a presença de negros assim como é com mulheres. “Eu espero deixar como legado um resultado diferente na forma de acolher, de tratar, de garantir políticas públicas, cotas e permitir mais oportunidades. [...] A questão da equidade racial precisa ser construída todos os dias”.

Segurança

Raquel pediu paciência aos policiais aprovados em concurso que ainda não foram convocados e prometeu redução da criminalidade e um novo Pacto pela Segurança Pública, além da redução da criminalidade: “O CNJ [Conselho Nacional de Justiça] fez um relatório […] dizendo que Pernambuco é o pior sistema penitenciário do Brasil. Uma política de segurança que, muitas vezes, privilegiou o encarceramento, mas não conseguiu fazer a contrapartida de prevenção e nem de ressocialização”.

Fonte: G1

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