Censo 2022: Pernambuco é o quinto estado do Brasil com maior população quilombola, com 78.827 pessoas
Pernambuco tem a quinta maior população quilombola do Brasil, segundo o Censo 2022 do IBGE. Ao todo, 78.827 pessoas se declararam quilombolas no estado, equivalente a 0,87% da população pernambucana, de 9.058.155 habitantes.
São 196 comunidades quilombolas certificadas e 14 territórios oficialmente delimitados em Pernambuco, até julho de 2022, de acordo com dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e de órgãos oficiais.
Em Pernambuco, 8.772 pessoas residiam em territórios oficialmente delimitados; destas, 6.769 se declararam quilombolas – 77,17% do total. O restante das pessoas que se autodeclararam quilombolas no Censo 2022 do IBGE, 72.058 pessoas, viviam fora de territórios delimitados.
Os municípios com territórios oficialmente delimitados com maior número de pessoas autodeclaradas quilombolas foram:
Santa Maria da Boa Vista - 1.736 pessoas
Orocó - 1.465 pessoas
Salgueiro - 1.284 pessoas
Garanhuns - 1.101 pessoas
Cabrobó - 856 pessoas
Mirandiba - 188 pessoas
Carnaubeira da Penha - 119 pessoas
Os dados mostraram que em Pernambuco 0,91% dos domicílios particulares permanentes são ocupados com pelo menos um morador quilombola – percentual acima da média do Brasil, de 0,65%.
O estado tem uma média de 3,12 moradores por domicílio quilombola – pouco abaixo da média do Brasil, de 3,17 moradores por domicílio; e da região Nordeste, de 3,13 moradores por domicílio com pessoas que se declararam de origem quilombola.
Nos domicílios ocupados por pelo menos um morador quilombola em Pernambuco, 87,08% se declararam quilombolas; percentual também pouco abaixo do registrado no Brasil, de 85,15%; e do percentual de 89,61% - registrado no Nordeste.
O levantamento apontou ainda que, dos 184 municípios pernambucanos, em 111 existem pessoas que se autodeclararam quilombolas. As dez maiores populações quilombolas estão nos seguintes municípios:
Municípios com maior população quilombola em PE (números absolutos)
Município Pessoas quilombolas População residente Total de quilombolas (%)
Custódia 7.744 37.699 20,54%
Bom Conselho 6.473 44.260 14,62%
Garanhuns 4.837 141.311 3,42%
Mirandiba 3.175 13.975 22,72%
Itaíba 2.888 32.650 8,85%
Betânia 2.449 11.232 21,8%
Goiana 2.443 81.042 3,01%
São Bento do Uma 2.405 49.448 4,86%
Tupanatinga 2.375 26.940 8,82%
Águas Belas 2.304 41.548 5,55%
Fonte: Censo 2022 - IBGE
Em termos percentuais, em relação ao total de habitantes, os municípios com maior participação da população quilombola em Pernambuco foram:
Mirandiba – 23,74%
Betânia – 21,8%
Custódia – 20,54%
Brejão – 17,51%
Bom Conselho – 14,62%
Alagoinha – 13,43%
Orocó – 12,96%
À frente de Pernambuco, com maiores populações quilombolas no Brasil, estão os estados da Bahia (397.059 pessoas), do Maranhão (269.074 pessoas), de Minas Gerais (135.310 pessoas) e do Pará (135.033 pessoas).
A região Nordeste é a que concentra o maior número de habitantes que se declararam quilombolas no país, segundo o Censo 2022 do IBGE, com 68,2% do total, somando 905.415 pessoas. A população quilombola do Brasil identificada pelo Censo 2022 foi de 1.327.802 pessoas.
No Nordeste, 9,87% da população quilombola mora em territórios oficialmente delimitados e 70% viviam em territórios oficialmente delimitados.
Método de pesquisa
O coordenador operacional do censo em Pernambuco, Tiago Figueiredo, explicou que o levantamento foi realizado com base em um pré-mapeamento do IBGE de potenciais regiões quilombolas.
“Quando o recenseador passava nessas regiões pré-mapeadas, o questionário [...] abria uma pergunta a mais, uma pergunta específica: ‘Você se considera quilombola?’ e, daquele ponto, a pessoa respondia se sim, se ela se considerava quilombola, ou não”, detalhou.
Caso a pessoa entrevistada respondesse que se identificava como quilombola, o recenseador iniciava um questionário específico no qual era possível, por exemplo, marcar a comunidade de origem para traçar estatísticas mais precisas.
“Assim como qualquer dado do censo demográfico, as estatísticas oficiais nacionais são a base para a construção de políticas públicas. Cabe às esferas competentes utilizar esses dados para que se consiga criar as políticas públicas adequadas, para que exista uma melhora na qualidade de vida das pessoas que residem no país, como um todo”, complementou o coordenador.
Fonte: G1
Post a Comment