Com aumento nos casos de intoxicação ocular, Anvisa cancela mais de 1.200 pomadas de cabelo
Após relatos de efeitos graves ao usar pomadas e sprays modeladores de cabelo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) cancelou cerca de 1.266 produtos. A ação, que faz parte de uma resolução publicada pelo Diário da União, vem sendo realizada desde o início do ano e visa estabelecer regras para a fiscalização, regulamentação e comercialização adequada. O motivo da investigação parte do aumento nos casos de queimaduras e intoxicação ocular.
De acordo com o oftalmologista credenciado ao Cartão Saúde São Gabriel, Diego Mahon, os principais problemas que as pomadas causam, ao entrarem em contato com os olhos acidentalmente, são: conjuntivite química e lesão na córnea, gerando ardor ocular, vermelhidão, dor e até embaçamento visual. “Pomadas clandestinas, que não possuem autorização da Anvisa para serem comercializadas, possuem várias substâncias prejudiciais à visão, incluindo grandes concentrações de uma substância chamada Ceteareth-20, a qual é responsável pela maioria dos efeitos adversos graves”, completa.
O especialista alerta que em casos mais graves, onde a queimadura química é mais severa, pode haver perda de transparência da córnea e da vascularização dessa estrutura ocular. Assim, além de levarem a cegueira temporária, as pomadas podem causar uma baixa visual significativa de forma permanente. Nesse sentido, para aproveitar o carnaval evitando transtornos, o oftalmologista recomenda: “O mais importante é utilizar pomadas que possuem autorização da Anvisa para serem comercializadas, pois estas possuem menor concentração de substâncias tóxicas na sua composição”.
Diante disso, outro cuidado essencial é buscar sempre proteger os olhos, durante a aplicação e durante o uso, e, para impedir que o produto escorra para os olhos através da água ou do suor, é indicado ainda evitar molhar a cabeça. E, no caso de contato com os olhos, o profissional chama atenção para alguns cuidados. “Lavar os olhos abundantemente com soro fisiológico e procurar com urgência um serviço de oftalmologia mais próximo, para que se possa intervir de forma precoce, é essencial para prevenir prejuízos maiores à visão do paciente”, conclui.
Texto: Stefany Santos
Enviado por: Hanna Aragão | Oficina Comunicação
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