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Morre professora arremessada de brinquedo no parque de diversões Mirabilandia, após mais de quatro meses internada


Morreu, nesta quinta-feira (1º), a professora Dávine Muniz Cordeiro, aos 34 anos, mais de quatro meses depois de ser arremessada de um brinquedo que girava no ar no Mirabilandia, parque de diversões localizada em Olinda. Ela estava internada no Hospital Hapvida da Ilha do Leite, na área central do Recife, e teve a morte confirmada pela família.

Desde que sofreu o acidente, no dia 22 de setembro de 2023, Dávine passou por dez cirurgias de reparação, sendo duas no cérebro. De acordo com a família, a professora perdeu metade do cérebro. Ela completaria 35 anos de idade em 23 de fevereiro.

De acordo com a família, Dávine morreu às 6h04, e o laudo do hospital apontou como causa da morte um traumatismo cranioencefálico grave. O velório e o enterro vão acontecer no Cemitério Parque das Flores, no bairro do Sancho, na Zona Oeste do Recife, mas o dia e o horário não foram informados até a última a última atualização desta reportagem.

"A direção e todos os que fazem o Mirabilandia lamentam a perda de Dávine Muniz, solidarizando-se com a família. Poucas palavras poderão representar o conforto neste momento, principalmente para quem sempre busca oferecer momentos de entretenimento e alegria. Que seja recebida com todas as honras na sua passagem deste nosso plano", declarou o parque de diversões, em nota.

Questionada pela TV Globo se a morte de Dávine provoca alguma mudança no processo investigativo do acidente, a Polícia Civil informou que "o caso segue sob investigação" e mais informações "serão repassadas após a conclusão do inquérito policial".

Saiba mais

O acidente de Dávine ficou marcado por imbróglios jurídicos entre a família dela e a administração do Mirabilandia. O último foi sobre a necessidade de a professora receber alta do Hospital São Marcos, no Recife, onde estava internada antes, e ser colocada em home care.

A família de Dávine afirmava que as reformas necessárias para a instalação do equipamento custavam de R$ 50 mil a R$ 60 mil e que aguardava que o parque arcasse com os custos da reforma.

Segundo o advogado do Mirabilandia, Ernesto Cavalcanti, o Hospital São Marcos sugeriu que o home care fosse pelo plano de saúde de Dávine, mas a família não aceitou porque queria o home care particular. A direção do parque disse que continuaria "custeando toda a assistência de Dávine e cumprindo as responsabilidades que lhe competem para o seu tratamento".

No dia 11 de janeiro, Dávine foi encaminhada para o Hospital Hapvida Ilha do Leite, que pertence ao plano de saúde da paciente. Até então, o tratamento era pago pelo Mirabilandia, que entrou em acordo com a família dela. Segundo as advogadas que representam a família de Dávine, o acordo tem cláusula de confidencialidade e, por isso, não foram divulgados detalhes.

Relembre o caso

Cadeira de brinquedo do Mirabilandia se desprende no ar e uma pessoa é arremessada

Em 22 de setembro de 2023, a professora de inglês Dávine Muniz Cordeiro, de 34 anos, ficou gravemente ferida depois que o balanço onde ela estava se soltou de um brinquedo que girava no ar em alta velocidade, no Mirabilandia, em Olinda.

Imagens enviadas ao WhatsApp da TV Globo mostram o balanço girando e o barulho do impacto da cadeira ao cair no chão do parque de diversões. Com a queda, duas adolescentes que estavam na fila do brinquedo foram atingidas e se feriram.

No mesmo dia, o Mirabilandia foi interditado pela Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) e por fiscais do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea), que fizeram uma vistoria no local;

No dia do acidente, Dávine foi levada para o Hospital da Restauração, no Recife, com traumatismo cranioencefálico e lesões em várias partes do corpo;

Desde então, os parentes dela negociavam com o parque a transferência dela para um hospital particular, mas o parque desistiu de custear a internação sob o argumento de que ela tinha plano de saúde;

O imbróglio foi parar no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), que determinou que o parque custeasse a internação, sob pena de multa diária de R$ 5 mil em caso de descumprimento.

Em 3 de outubro, Dávine foi transferida para a UTI do Hospital São Marcos, unidade de saúde particular;

Segundo análise do Instituto de Criminalística feita em novembro, a estrutura se rompeu devido à corrosão dos elos das correntes que sustentavam a cadeira.

O Parque Mirabilandia voltou a funcionar 40 dias depois da interdição, em 2 de novembro, após seguir as exigências do Procon e do Crea, como a implantação de um plano de manutenção dos brinquedos e equipamentos;

Em dezembro de 2023, Dávine respirava sem ajuda de aparelhos, mas não conseguia falar nem mexer partes do corpo. O advogado do parque disse que o Hospital São Marcos avisou não ser necessário que Dávine continuasse internada, pois havia risco de ela contrair infecção hospitalar caso permanecesse na unidade.

Segundo a família, a casa onde Dávine morava com os pais, que fica no 1º andar, precisava ser adaptada para receber o home care, e a família estava esperando o parque custear a reforma.

No dia 11 de janeiro de 2024, Dávine foi transferida para o Hospital Hapvida Ilha do Leite, que pertence ao plano de saúde da paciente;

Até então, o tratamento médico da professora era pago pelo Mirabilandia, que entrou em acordo com a família dela. Segundo as advogadas que representam a família de Dávine, o acordo tem cláusula de confidencialidade e, por isso, não foram divulgados detalhes.

Fonte: G1

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