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Na queda de braço com Estado, Sinpol diz que governo deve "abrir diálogo" até hoje


“A solução está nas mãos da governadora (Raquel Lyra). Tem até hoje para o Governo mandar um ofício informando data e hora para o início das negociações. Somente com essa sinalização, a categoria se desmobilizará”.

Essa é a afirmação do presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE), Áureo Cisneiros.

O sindicalista disse que a entidade vai recorrer ainda nesta quinta da decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), que determinou que a categoria se abstenha de realizar a paralisação das atividades durante o Carnaval. 

O presidente do sindicato apresentou as críticas depois de  receber a notificação da decisão da corte, no início da tarde desta quinta (8), na sede do Sinpol, no bairro de Santo Amaro, na área Central do Recife. 

Segundo Áureo, às 11h30 desta sexta (9), o sindicato convocará a categoria para uma nova assembleia-geral, na sede do Sinpol, para que os policiais civis definam se manterão ou não a paralisação para às 0h do mesmo dia. 

Por volta das 12h40, uma oficial de Justiça compareceu ao local e entregou a notificação do TJPE à Áureo Cisneiros, oficializando a determinação da corte, que arbitrou uma multa diária de R$ 300 mil ao sindicato caso a liminar seja descumprida. 

“Iremos recorrer ainda hoje. A decisão está nas mãos da governadora. Não queremos aumento salarial neste momento. Queremos apenas a abertura do canal de diálogo, que está pendente desde o ano passado. Desse jeito como está, não dá. Não vamos recuar e a provável paralisação está mantida. Só vamos desmobilizar a categoria se, até hoje, chegar uma notificação do Governo informando, de forma concreta, o início do canal de negociações”, afirmou Cisneiros. 

A entrega da ordem judicial à Áureo foi acompanhada pelo advogado do sindicato, Rodrigo Limbório, e pelo presidente da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), Adriano Bandeira. 

“Esse problema chegou com muita força à capital federal (Brasília), onde fica nossa sede. Por isso, fizemos o deslocamento imediato. Estamos trazendo outros representantes da federação nordestina de policiais civis para dar corpo na mobilização dos companheiros pernambucanos. Estamos fazendo isso para que o Estado não abuse dos companheiros que estão em estado de greve. Agora, fomos surpreendidos pela ordem judicial, impedindo a categoria de paralisar. É necessário que o Governo entenda que o Estado democrático oferece um diálogo, pois os policiais civis daqui passam por sérios problemas de estruturação e de trabalho”, disse Adriano Bandeira, presidente da Cobrapol. 

Já o advogado do Sinpol, Rodrigo Limbório, afirmou que o setor jurídico irá recorrer da decisão ainda nesta quinta (8). 

“Vamos recorrer ainda hoje. Estamos aguardando uma sinalização do Governo do Estado sobre o início da abertura de negociação. Já estamos em contato com a Procuradoria Geral do Estado (PGE) e aguardamos a qualquer momento essa sinalização. O sindicato vai deliberar amanhã. Essa determinação do TJPE é válida somente para meia-noite do dia 9. Ou seja, agora, não estamos descumprindo nada. Mas, se a categoria decidir pela greve, podemos sim ser penalizados com a multa de 300 mil”, explicou o advogado. 

Análise do Governo

Horas antes do presidente do Sinpol ser notificado da decisão judicial, o secretário de Defesa Social (SDS), Alessandro Carvalho, em entrevista ao Diario de Pernambuco disse que o Sinpol "usa pressão às vésperas do Carnaval", para antecipar uma negociação que já está marcada para começar no fim deste mês.

Carvalho afirmou  que as categorias de servidores têm conhecimento de que as mesas específicas de negociação serão realizadas depois do Carnaval.

"O Sinpol está usando a festa como instrumento de pressão. Além disso, quando existe impacto na folha salarial, quem define isso é a secretaria de Administração (SAD), acrescentou. 

Fonte: Diario de Pernambuco

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