Três presos escapam de presídio no Recife por buraco cavado sob muro
Do G1 PE
Buraco foi aberto
debaixo da muralha do presídio
Frei Damião de Bozzano
(Foto: Reprodução / WhatsApp / G1)
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Três detentos fugiram por um buraco sob a
muralha do presídio Frei Damião de Bozzano (PFDB) no final da manhã de hoje (02/08).
O prédio faz parte do Complexo do Curado, na Zona Oeste do Recife. Eles fugiram
por volta das 11h e a Secretaria Executiva de Ressocialização de Pernambuco
(Seres) informou que um deles foi recapturado pela Polícia Militar. Ainda não
há informações sobre o paradeiro dos outros dois detentos.
Essa é a terceira fuga registrada no
complexo de presídios em menos de dez dias. Na última segunda (27/07), dois
detentos fugiram por um outro buraco aberto na muralha do Presídio Juiz Antônio
Luiz Lins de Barros (PJALLB). No sábado (25/07), outros dois fugiram do
presídio Frei Damião de Bozzano (PFDB), pulando o muro da unidade.
A Polícia Militar instaurou um procedimento
para apurar o fato e a Secretaria determinou à Superintendência de Segurança
Prisional e à direção da unidade a abertura de um procedimento administrativo
disciplinar para investigar as circunstâncias do ocorrido.
O complexo de presídios vem enfrentando
outras dificuldades. Na terça-feira (21/07), um incêndio atingiu o pavilhão A
do Presídio Agente de Segurança Penitenciário Marcelo Francisco de Araújo
(Pamfa), com os presos passando a noite na igreja da unidade, enquanto o
pavilhão era recuperado. Em março deste ano, três detentos haviam fugido do
PFDB, usando uma corda feita com lençóis, conhecida popularmente como
"tereza".
Problemas antigos
O Complexo do Curado (antigo Aníbal Bruno),
na Zona Oeste da capital, foi denunciado à Comissão Internacional de Direitos
Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), em 2011. Desde então,
instituições em defesa dos direitos humanos contabilizaram mais de 265
denúncias de atos violentos no conjunto de presídios – o maior do estado.
Em janeiro, o governador de Pernambuco,
Paulo Câmara (PSB), declarou estado de emergência no sistema penitenciário e
determinou intervenção do Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga,
que está com as obras paradas há cerca de um ano e meio.
No início do ano, o Complexo do Curado,
maior de Pernambuco, registrou uma rebelião que durou três dias, deixando o
saldo de três mortos e dezenas de feridos. Um sargento da PM foi assassinado
durante o motim e um dos detentos foi decapitado. Os três presídios do Curado
têm capacidade para 1.800 presos, mas atualmente abrigam 7.000.
Um mutirão de defensores públicos foi
convocado em fevereiro deste ano para agilizar o atendimento dos cerca de 7 mil
detentos. Ao todo, 48 defensores participam da força-tarefa, sendo oito de
Pernambuco e os outros vindos de diversos estados brasileiros.
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