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Profissionais LGBTQIA+ temem preconceito e buscam segurança no ambiente de trabalho, diz pesquisa


O medo do preconceito, da violência e de ter a carreira prejudicada de alguma forma ainda faz com que muitos profissionais LGBTQIA+ escondam sua orientação sexual no local de trabalho. Não é raro lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queers, intersexuais e assexuais se depararem diretamente com a homofobia no ambiente profissional (veja vídeo acima).

Além da questão do preconceito, abordada no Bom Dia PE, outros assuntos contemplados são oportunidades de emprego para trans, no NE1, e capacitação profissional para esse público, no NE2.

Uma pesquisa da consultoria Mais Diversidade divulgada em junho deste ano ouviu 2.168 pessoas LGBTQIA+ no Brasil e constatou que 1.520 delas, o equivalente a 70%, não se sentem seguras no ambiente de trabalho.

Pelo menos, 1.236 acreditam que a sexualidade atrapalha o crescimento profissional. Muitos (759) presenciaram casos de preconceito dentro das empresas, o que explica porque 434 disseram não falar sobre a própria sexualidade ou identidade de gênero no local onde trabalham.

O mecânico Klebson Gouveia foi alvo de ataques homofóbicos por ser casado com a cabeleireira Danielly Manuelle da Silva, uma mulher trans. “Se é um ambiente em que eu não me sinta seguro, não vale a pena eu estar”, disse Klebson à TV Globo.

Mesmo tendo amigos, inclusive dentro da empresa, que o apoiaram diante do preconceito que sofreu, Klebson contou que, no momento, pretende se resguardar. “A cabeça está aquele peso”, declarou.

O mecânico denunciou o caso na Delegacia de Paulista, que investiga os gestores da empresa e outros dois funcionários por crime de homofobia. Os funcionários foram demitidos.

Danielly contou que ele nunca escondeu de ninguém que era casado com uma mulher trans. “No trabalho dele também. Todo mundo sabia, ele nunca escondeu. E se aproveitaram dessa situação para, realmente, atacar ele”, falou a cabelereira.

De acordo com a psicóloga Rosana Freire, especialista em recrutamento, uma das formas de garantir um ambiente acolhedor no local de trabalho é entender os profissionais que compõem a equipe.

“Para que eu possa respeitá-la, para que eu possa apoiá-la, eu preciso saber quem é essa pessoa. E para ela me dizer quando é que ela se sente respeitada. Porque quem tem que dizer isso são as pessoas. E não eu adivinhar ou vir com o meu padrão da minha empresa, com o meu modelo e, simplesmente, colonizar essas pessoas, que é o que acontece muito”, afirmou Rosana.

A postura de respeito à diversidade atrai talentos, como ocorre na empresa Ti.Saúde, sediada no Porto Digital, parque tecnológico situado no Recife.

“O que me brilhou os olhos foi uma empresa que inclui, que abraça a todos, que deixa eu ser quem eu sou, que investe em mim, tanto como profissional, tecnicamente falando, quanto também na pessoa que eu sou”, afirmou Marina Benevides, coordenadora de atendimento na companhia, que é lésbica.

O mesmo sentimento tem o estagiário André Luiz Oliveira, que é gay. “Eu entrei na empresa priorizando o meu crescimento como designer. E aqui é uma empresa que preza pelo seu crescimento pessoal, assim como o seu bem-estar. Eu me sinto muito bem aqui. Isso foi o que eu mais procurava, quando estava buscando um novo emprego”, disse.

A coordenadora de recursos humanos da empresa, Gabriela Araújo, relatou que abraçar a bandeira da diversidade faz parte do processo de recrutamento da companhia.

“A gente não tolera nenhuma falta de respeito. A gente quer que as pessoas venham trabalhar felizes, se sintam parte de um todo, sintam que colaboram e que estão aqui inteiras. Que elas não precisam vestir nenhuma máscara ou deixar uma parte de si fora antes de entrar aqui”, disse Gabriela.

Fonte: G1

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