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MST anuncia ocupação de terras em Pernambuco no início do ‘Abril Vermelho’


O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra iniciou as mobilizações do “Abril Vermelho” nesta segunda-feira 3 com a ocupação de terras consideradas “improdutivas” pela organização em Timbaúba, região norte de Pernambuco. A ação é parte da jornada anual em que o MST lembra o massacre de Eldorado dos Carajás, em 1996, e cobra avanços na política de reforma agrária.

Segundo o movimento, cerca de 250 manifestantes ocuparam terras do Engenho Cumbe. O MST alega que a propriedade é de responsabilidade do governo de Pernambuco, mas foram griladas pela Usina Cruangi e provocam impactos na natureza.

“Para acabar com a situação de insegurança alimentar e nutricional é de suma importância a desapropriação de terras que não cumprem sua função social, para produzir alimentos, gerar renda, eliminar à fome e garantia de moradia”, argumenta o movimento.

A tendência para os próximos dias é de que o MST intensifique mobilizações. Entre as principais reivindicações dos sem-terra estão as nomeações para as superintendências regionais do Incra e a resolução da situação de 30 mil famílias que estão em áreas de pré-assentamento, sem acesso aos benefícios agrícolas concedidos pelo governo.

Em fevereiro, a base do movimento já havia ocupado ao menos quatro propriedades da Suzano nos municípios de Mucuri, Teixeira de Freitas e Caravelas, no sul da Bahia. A CartaCapital, o diretor do MST na Bahia, Evanildo Costa, afirmou que as ocupações eram “pontuais”, mas antecipou que “muitos conflitos vão pipocar” sob o governo Lula.

Diante do anúncio de ocupações, fazendeiros da Bahia passaram a organizar células com o objetivo de reagir às ações do Abril Vermelho. O grupo foi intitulado “Invasão Zero’ e reúne mais de 800 latifundiários distribuídos em 130 dos 417 municípios baianos.

Em outra frente, parlamentares bolsonaristas articulam a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito contra o MST para apurar as recentes ações dos sem-terra. Em entrevista a CartaCapital, o coordenador do núcleo agrário do PT na Câmara, João Daniel, disse que o requerimento de CPI seria “uma cortina de fumaça para esconder o rastro de destruição” deixado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Fonte: Carta Capital

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