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Voluntários fazem bazar e café da manhã para ajudar pacientes da AACD e acompanhantes no Recife


"Minha vida mudou depois que comecei a conviver com essas pessoas". A declaração é de Conceição Pontes, que faz parte do grupo de 90 voluntários da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), que fica na Ilha de Joana Bezerra, no Centro do Recife, e atende pacientes que nasceram com alguma deficiência, tiveram doenças ou sofreram acidentes.

Os voluntários se reúnem diariamente para ajudar os pacientes da instituição e acompanhantes. A atuação do voluntariado está espalhada em diversos setores da AACD, como nos bazares, nas confecções de próteses e até mesmo na preparação do café da manhã para pacientes que saem do interior de Pernambuco.

O grupo foi criado em 2000, um ano depois da fundação da associação. Desde essa época, é coordenado por Mário Mendes. Ele tinha 48 anos e estava se aposentando quando decidiu procurar outra ocupação, até que seus caminhos cruzaram com o da AACD.

Ele passou seis meses no setor de fisioterapia até ser convidado para coordenar o voluntariado, função que exerce desde então. "Percebemos que essas pessoas precisavam de um acolhimento, de um espaço", afirmou Mário Mendes.

A dedicação dele é admirada pelos voluntários, muito dos quais estão há anos nessa missão. É o caso de Graça Santos, que, há 22 anos, ajuda na oficina ortopédica e relatou não achar que o compromisso duraria tanto tempo assim. "A gente, quando chega aqui, se apaixona pelo trabalho que é feito", disse.

Antes da pandemia da Covid-19, 220 pessoas eram voluntárias na AACD, o maior número já registrado na associação. No entanto, menos da metade retomou o voluntariado. Uma das que voltaram foi Glória Lopes, que passou dois anos longe, mas retornou por amar a função.

"Voltei porque eu amo isso aqui. É muito bom você fazer um trabalho de doação, a gente não ganha nada, é mais pelas pessoas", afirmou a voluntária Glória Lopes.

Há 7 anos, ela trabalha no bazar, de segunda a sexta, onde reveza com outros voluntários. Toda a verba é revertida para a AACD. Na associação, os voluntários trabalham durante quatro horas semanais. "Se faltar algum dia, ele [Mário] já liga para saber se está tudo bem", contou a gerente administrativa Luciana Martins.

Uma das ações de Mário foi a criação do café da manhã, pois ele percebeu que 50% dos pacientes vêm do interior do estado. Para muitos, ter um café da manhã na associação é prático, já que saem de casa muito cedo para chegar à AACD, e necessário, pois muitos não têm condições de custear a alimentação.

É o caso da dona de casa Simone Israel. Ela mora em Amaraji, na Zona da Mata Sul do estado, e precisa sair de casa às 4h30 para chegar. "Muitas vezes, a gente não tem 10 centavos para comprar nada e, geralmente, a gente não tem hora de volta, então, pelo menos comeu alguma coisa", declarou.

Mesmo com o número reduzido de voluntários, e dependendo de doações para manter as ações, Mário e a equipe continuam acreditando que fazer o bem não tem preço. Para eles, o grupo do voluntariado se tornou uma segunda família.

"É o nosso comandante. A gente costuma falar que é um barco de solidariedade e muito amor. [...] Voluntariado é amor, é entrega. A gente não consegue ver o trabalho de uma instituição do terceiro setor, como a AACD, sem o trabalho de alguém como Mário", disse a gerente administrativa da AACD Luciana Martins.

Para se voluntariar na AACD, é preciso preencher um formulário disponível no site da associação.

Fonte: G1

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